Tratamento para Siringoma

tratamento para siringoma

Lesões salientes próximas aos olhos, a exemplos das causadas pelo siringoma,  podem causar grande incômodo estético. Você sabia que existe tratamento para o siringoma?

Siringomas são tumores benignos de pequenas dimensões que tem origem nas glândulas sudoríparas, que atuam na produção de suor.   

A característica principal dessa condição dermatológica é o surgimento de forma múltipla ou mesmo isolada, de pápulas pequenas com cerca de 5 mm, da mesma cor da pele do paciente.

Geralmente essas lesões tendem a aparecer no rosto, normalmente na região no entorno dos olhos. 

No entanto, o siringoma pode surgir em qualquer lugar do corpo. Além do rosto, outras áreas como tórax, pescoço, glúteos, bem como zonas pubianas e vulvares podem ser acometidas pelo siringoma. 

Quando ocasionada próxima à região genital, normalmente apresenta-se sob a forma de lesões diversas e também pode acarretar em prurido.

É recomendado que ao notar os sinais iniciais desse problema, um médico dermatologista seja consultado para acompanhar o quadro clínico do paciente e se preciso, diferenciá-lo de outras patologias.

A boa notícia é que existem várias possibilidades de tratamentos para siringoma com bons prognósticos de melhora da condição.

Quer saber mais detalhes sobre essa doença e suas opções de tratamento? Basta continuar a leitura deste artigo que iremos esclarecer tudo sobre o siringoma e como é possível  tratá-lo.


Conheça as melhores opções de tratamento para siringoma

Como já ressaltamos, há algumas possibilidades de métodos a serem utilizados no tratamento para siringoma, todos eles têm por objetivo a remoção ou a destruição das lesões ocasionadas por essa condição.

Entre os melhores tipos de tratamento para o siringoma, merecem destaque o laser, a eletrocauterização, a cauterização química e a excisão cirúrgica.

Vale pontuar que a escolha do método mais indicado pode variar de pessoa a pessoa, por isso o médico responsável pelo caso deverá avaliar fatores como:

  • Cor da pele do paciente;
  • Localização das lesões;
  • Quantidade de lesões;
  • Extensão da área afetada.

Na hora de escolher o método de tratamento, é importante que além da efetividade, também seja analisada a melhor opção para evitar cicatrizes sem necessidade.

Porém, não pode-se deixar de lembrar que o processo de cicatrização é individual e as cicatrizes podem sim ocorrer, mesmo com todos os cuidados tomados.

Outra informação relevante de ser obtida pelos pacientes com siringoma é que independente do método de tratamento escolhido existe a possibilidade de recidiva dessa doença.

Caso as recidivas venham a ocorrer, será preciso adotar novas abordagens para tratar o siringoma.


Opções de tratamento

Confira a seguir como funciona cada um dos métodos de tratamento para siringoma anteriormente citados.

Laser

Comumente esse é o procedimento mais recomendado para pacientes com a pele mais clara, sendo que os tipos de lasers mais utilizados são o CO2 ou o Erbium YAG.

Já há algum tempo as terapias por meio do uso de laser integram diversos tratamentos dermatológicos, principalmente para aqueles procedimentos que tem por objetivo o rejuvenescimento da pele.

O tratamento do siringoma com laser pode ser feito no próprio consultório médico com o paciente sob o efeito de uma anestesia local de uso tópico.

Os lasers Erbium YAG ou CO2 atuam gerando um processo inflamatório na pele que auxilia no estímulo da produção de colágeno, assim como na cicatrização cutânea e consequente melhora das lesões.

A recuperação  geralmente é o fator mais limitante desse procedimento, uma vez que, mesmo considerando que cada organismo de indivíduo tem uma reabilitação própria, costuma ocorrer a formação de edemas durante os primeiros dias após o tratamento.

Além disso, pode ocorrer uma coloração diferente e alteração da textura da pele, para na sequência iniciar a renovação celular com a descamação da derme.

O tempo médio de recuperação costuma ser de sete a dez dias.

Para aliviar os incômodos causados pela sensibilização da pele na região tratada, o dermatologista pode recomendar a aplicação de compressas de água gelada ou a utilização de água termal.

Após o tratamento é de fundamental importância que o paciente faça uso do filtro solar para proteção da pele, assim como reforce a hidratação.

Eletrocauterização 

Esse procedimento é usado para tratar diversos tipos de lesões benignas na pele, incluindo o siringoma. Consiste na utilização de um aparelho denominado eletrocautério que tem sua ponta aquecida para provocar uma cauterização na lesão.

O procedimento envolve a higienização da região afetada e aplicação de um anestésico, em certos casos também é necessária a utilização de um vasoconstritor para auxiliar a controlar possíveis sangramentos.

A eletrocauterização costuma possibilitar que o paciente retome sua rotina no mesmo dia da realização do procedimento, desde que observados alguns cuidados.

Limpeza cuidadosa da área, suspensão do uso de produtos que contenham ingredientes abrasivos na formulação e evitar a exposição aos raios solares são alguns dos cuidados recomendados após a eletrocauterização.

A cicatrização normalmente leva cerca de uma semana.

Cauterização química

Embora seja parecido com a eletrocauterização, neste tipo de procedimento ao invés de utilizar eletricidade e calor, há a aplicação de substância de potencial cáustico ou ácido sobre a lesão. 

Normalmente, o produto utilizado é o ácido tricloroacético. Após a aplicação pode ocorrer alteração da coloração da lesão por conta da ação do ácido.

A depender da extensão e da quantidade das lesões podem ser necessárias a realização de mais de uma sessão de cauterização química.

No período subsequente ao tratamento podem ocorrer sintomas na pele como irritação, vermelhidão e inchaço.

Com cerca de quinze dias ocorre a recuperação completa do paciente.

Cuidados como reforço da hidratação da pele e não se expor aos raios do sol também devem ser adotados pelo paciente.

Excisão cirúrgica

Pode ser feita no consultório médico, com o paciente sob efeito de anestesia local, a depender da extensão da lesão e das condições clínicas gerais do paciente. Em determinados casos pode ser realizada em um ambiente hospitalar.

Consiste na remoção completa da área lesionada ou da remoção de forma individual das lesões, por meio de bisturi, shaving ou tesoura de castroviejo.

Nem todos os casos requerem a sutura das bordas, podendo deixar que o processo de cicatrização ocorra naturalmente.

O período total de recuperação pode variar entre uma e duas semanas, no entanto, as orientações médicas devem ser seguidas para não haver complicações.

As principais vantagens do procedimento de excisão cirúrgica é o menor risco de recidiva e não necessitar de várias sessões.

Esse método mais invasivo apresenta menor risco de recorrência, com a vantagem de não precisar de algumas sessões. 


Causas e classificação do siringoma

As causas do surgimento do siringoma ainda não estão totalmente claras para a Medicina, conduto os indícios científicos apontam para fatores genéticos associados à doença.

A doença é mais frequente em indivíduos brancos, sendo mais recorrente em mulheres mais jovens. 

Esses tumores podem ser classificados como localizados, generalizados, familiares e associados a Síndrome de Down.

Indivíduos portadores de Diabetes Mellitus têm maior risco de desenvolver um tipo de siringoma conhecido na literatura médica como siringoma de células claras.

Já um caso mais incomum é o siringoma eruptivo que aparece como um surto de lesões múltiplas que se espalham de modo muito rápido.

O siringoma eruptivo geralmente é mais frequente em pessoas afro-descente, com histórico familiar da doença e também durante o período da adolescência.

Esses casos de siringoma eruptivo são considerados os mais desafiadores de serem tratados.

As lesões ocasionadas pelo siringoma que dão origem às pápulas pequenas não apresentam sintomas, como por exemplo, dor ou coceira. 

Assim, essa condição é considerada inofensiva para saúde, provocando apenas um incômodo estético para a pessoa acometida pelo crescimento celular excessivo das glândulas que produzem o suor. 

Inicialmente, o siringoma pode não ser percebido pela pessoa, mas conforme o crescimento anormal das células tem prosseguimento, as lesões ficam mais numerosas e visíveis. 


Diagnóstico e prevenção do siringoma

Não são precisos exames laboratoriais para realizar o diagnóstico do siringoma, os tumores normalmente são identificados por meio de análise clínica e histológica feita pelo dermatologista.

No entanto, em certos casos é preciso que o profissional de saúde realize um diagnóstico diferenciado com outras condições dermatológicas, a exemplo  do xantelasma que consiste em um conjunto de pequenas estruturas de cor amarelada ligeiramente salientes e localizadas nas pálpebras, e  também o milium, que são elementos duros e esbranquiçados que resultam da proliferação de células da epiderme dentro da derme.

Uma vez que a diferenciação das patologias pode ser um processo difícil e árduo, o dermatologista pode solicitar uma biópsia da lesão enviando o material para um exame anatomopatológico. 

O diagnóstico correto assume um importante papel na escolha do método de tratamento mais adequado da doença.

Assim, devemos ressaltar a necessidade de buscar o acompanhamento médico de um dermatologista qualificado e de sua confiança para que o devido tratamento seja iniciado. 

Mesmo com o avanço da Medicina na área dermatológica, ainda não foi descoberto um modo de evitar que lesões ocasionados por siringomas surjam em pessoas com predisposição a condição.

Assim, o siringoma segue sendo uma doença sem formas de prevenção.

Um importante alerta também refere-se à realização de tratamentos caseiros para diversos problemas de pele, como os siringomas.

Diversas receitas de tratamentos feitos em casa que podem parecer simples e também oferecer verdadeiros resultados milagrosos podem trazer sérios riscos de saúde para os pacientes.

Entre os principais riscos desses tratamentos que podem ser feitos em casa, muitas vezes divulgados em sites da internet sem a devida orientação de um profissional da área médica, estão o surgimento de manchas na pele, irritação, dermatite, e até mesmo infecção secundária, além de serem capaz de remover a lesão.

Desse modo, receitas e procedimentos caseiros não são de modo algum recomendados para tratamento do siringoma.

Uma vez que os siringomas podem se desenvolver muito próximos de tecidos delicados, como a área genital e os olhos, pode haver um maior risco de irritação das lesões que reforcem a justificativa para sua remoção.

Além disso, os siringomas são uma condição clínica que pode ocasionar estresse emocional ao paciente, visto que quando possuem grandes extensões ou são desfigurantes, tem potencial para prejudicar a autoestima e autoconfiança da pessoa.


Conclusão

Como você pode notar ao longo desse artigo, existem diversas possibilidades de tratamento para siringoma, com destaque para os procedimentos com laser de diferentes tipos, eletrocauterização, cauterização química e excisão cirúrgica.

Cada caso deve ser avaliado de modo individualizado pelo médico dermatologista  para que possa ser determinada a melhor opção de tratamento para o paciente.

Contudo, é preciso que o paciente tenha em mente que seja qual for a técnica adotada pode existir a possibilidade de recidiva.

Se isso ocorrer, será necessário fazer um novo procedimento para tratar do problema, pois como já ressaltamos anteriormente, não existem tratamentos preventivos para o siringoma.

Além da questão relacionada à aparência estética, geralmente  não há efeitos colaterais adversos ou outras complicações de saúde relacionadas aos siringomas.

Caso você note um crescimento de pele na área afetada pelas lesões provocadas pelo siringoma, ou mesmo observe mudanças em suas dimensões, formato e textura é recomendado procurar com brevidade um atendimento médico.

O dermatologista é o profissional mais adequado para o tratamento das mais diversas condições de pele, a exemplo de lesões, manchas, formações tumorais, entre outras.

Dra. Juliana Toma

CRM-SP: 156490 / RQE: 65521.
Médica pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP/EPM). Residência Médica em Dermatologia pela UNIFESP. Pós-Graduação em Dermatologia Oncológica pelo Instituto Sírio Libanês (SP).
Fellow em Tricologias, Discromias e Acne pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP).
Pós-Graduação em Pesquisa Clínica pela Harvard Medical School – EUA (Principles and Practice of Clinical Research).

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Dra. Juliana Toma

Dra. Juliana Toma

CRM-SP: 156490 / RQE: 65521.
Médica pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP/EPM). Residência Médica em Dermatologia pela UNIFESP. Pós-Graduação em Dermatologia Oncológica pelo Instituto Sírio Libanês (SP).
Fellow em Tricologias, Discromias e Acne pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP).
Pós-Graduação em Pesquisa Clínica pela Harvard Medical School – EUA (Principles and Practice of Clinical Research).

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