A TENDINITE consiste em um processo inflamatório nos tendões que surge através do esforço repetitivo, conhecido como Lesão do Esforço Repetitivo (LER). Atualmente, essa condição é denominada Doença Osteoarticular Relacionada ao Trabalho (DORT), em virtude do uso excessivo de algum tendão.
A tendinite do pulso é caracterizada, portanto, por uma inflamação em um ou mais tendões do pulso e tem como sintomas irritação, inflamação, dor, inchaço e rigidez na região afetada.
Os tendões são estruturas que unem um músculo ao osso, permitindo o movimento de alguma articulação. Portanto, os tendões do pulso unem os músculos do antebraço aos ossos da mão e dos dedos. Os tendões do pulso estão envolvidos na flexão e extensão do punho, bem como nos movimentos dos dedos.
A tendinite do pulso pode se desenvolver como resultado de alguma lesão, trauma ou pela movimentação excessiva e repetitiva dessa região do corpo, envolvendo digitar por muito tempo, escrever muito diariamente, trabalhar com costura ou tocar algum instrumento por um longo período. Alguns esportes podem causar as lesões, como é o caso do tênis e do golfe.
Becker e colaboradores (2019) observaram que a tendinite do pulso acomete com bastante frequência intérpretes de LIBRAS, visto que os membros superiores, envolvendo punhos e cotovelos, são muito utilizados por esse grupo.
Outras condições também podem causar a tendinite do pulso, incluindo distúrbios autoimunes (como lúpus e artrite reumatoide), infecções e diabetes.
Sintomas de tendinite do pulso
A dor é o sintoma mais comum, que pode ser maçante e piorar com o movimento do punho. A dor pode irradiar para o membro afetado.
Além disso, os sintomas também incluem: inchaço ao redor da articulação do pulso; vermelhidão e calor, devido ao fluxo sanguíneo aumentado na região, provocando um aquecimento do tecido afetado; fraqueza no pulso; dificuldades para segurar objetos; e uma sensação de crepitação à medida que a pessoa movimenta essa região do corpo.
Diagnóstico da tendinite do pulso
O diagnóstico é clínico e, geralmente, o exame físico já é suficiente para identificar o problema. O médico fará algumas perguntas para avaliar os sinais da inflamação e analisará os movimentos e a sensibilidade do punho dolorido, observando os músculos, tendões, ossos e nervos.
Após ter certeza de que o problema está realmente associado ao tendão, o médico determinará que é um caso de tendinite.
Quando o diagnóstico físico não for suficiente, alguns exames de imagem podem ser solicitados, como a ultrassonografia e a ressonância magnética.
A ultrassonografia é bastante solicitada por possibilitar imagens do movimento dos tendões na região do punho, além de ser um exame simples e de baixo custo.
A ressonância magnética é solicitada para oferecer ao médico imagens mais detalhadas da região afetada, dando a possibilidade também de visualizar outras anormalidades dos ossos e cartilagens.
O exame de tomografia computadorizada não possui muita utilidade para o diagnóstico de tendinite de pulso, então, raramente é solicitado para esse caso.
Tratamento de tendinite do pulso
Existem diversas alternativas de tratamento para tendinite do pulso, porém seu médico recomendará o tipo de tratamento de acordo com a localização, causa e gravidade da situação.
As alternativas prioritárias incluem imobilização, aplicação de compressa de gelo e medicamentos anti-inflamatórios não esteróides. Em relação à imobilização, um gesso ou uma tala podem ajudar a evitar que ocorra mais irritação ao local afetado, permitindo, portanto, o descanso do punho.
A aplicação de gelo é indicada para reduzir a inflamação, dor e inchaço, visto que o gelo é um anti-inflamatório natural. Medicamentos anti-inflamatórios também reduzem a inflamação e a dor.
Caso esses tratamentos não funcionem, outras alternativas são a injeção de corticosteróides e a fisioterapia.
Se nem essas alternativas resolverem, como último recurso, será indicado ao paciente que este realize uma cirurgia para corrigir o problema, envolvendo a remoção de tecidos inflamados ou a liberação da pressão das bainhas dos tendões, que estão comprimidas.
Exercícios de reabilitação para tendinite de pulso
Alguns exercícios são úteis para melhorar a flexibilidade muscular e reduzir a rigidez dos tendões, ajudando o paciente a recuperar os movimentos e as funções que havia perdido do punho.
Movimentando o punho: Dobre suavemente o seu punho para a frente e mantenha nessa posição por 5 segundos. Realize 3 séries de 10 repetições. Após isso, dobre suavemente o punho para o sentido oposto, ou seja, para trás. Segure nessa posição por 5 segundos, fazendo 3 séries de 10 repetições. Logo após, mova suavemente o punho de um lado para o outro e mantenha por 5 segundos, realizando 3 séries de 10 repetições.
Alongando o punho: Com a ajuda de uma mão, dobre o pulso oposto para baixo, pressionando as costas da mão. Você pode realizar esse exercício com as mãos sobre uma mesa. Mantenha nessa posição por 30 segundos.
Em seguida, estique a mão para trás, pressionando os dedos para trás e segurando por mais 30 segundos. Seu cotovelo deve se manter reto durante a realização desse exercício. Realize 3 séries em cada mão.
Pronação e supinação do antebraço: Dobre o cotovelo a 90 graus. Vire a palma da mão para cima e mantenha por 5 segundos. Vire lentamente para baixo e mantenha por mais 5 segundos. Realize 3 séries de 10 repetições.
Quando sentir que não sente mais dor ao realizar esse exercício, realize-o com algum peso na mão, como uma lata, por exemplo.
Fortalecimento da pegada: Aperte uma bola de borracha e segure por 5 segundos. Realize 3 séries e 10 repetições desse exercício.
Como prevenir a tendinite do pulso
Algumas medidas podem contribuir para prevenir a ocorrência da tendinite do pulso. A principal dica é modificar as atividades que podem estar agravando os sintomas.
Sempre que for possível, evite se envolver em atividades repetitivas e excessivas. Diante dessas atividades repetitivas, realize pausas regulares quando envolver seus pulsos. Faça exercícios de alongamento suave nos pulsos.
Caso você não esteja conseguindo controlar os sintomas, e estes forem persistentes, consulte seu médico para um diagnóstico mais preciso e para a escolha do tratamento mais adequado para o seu caso.
Referências
BECKER, C. F. et al. Sintomas osteomusculares em pessoas surdas e intérpretes de LIBRAS e desafios da atuação fisioterapêutica. Revista UNIANDRADE, v. 20, n. 3, p. 107-114. 2019.
CLETT, J. Wrist Tendonitis: symptoms, causes and treatment. Verywell Health, 2022.
SINGH, J. R. Wrist Tendonitis Rehabilitation Exercises. The University Hospital of Columbia and Cornell, 2007. Disponível em: https://www.rickysinghmd.com/wp-content/themes/ypo-theme/pdf/wrist-tendonitis.pdf