Uma revisão sistemática recente avaliou quatro bancos de dados com 32 estudos sobre o uso de fitoterápicos para reposição de testosterona em homens. Dos 13 fitoterápicos analisados, apenas dois apresentaram efeitos positivos na testosterona para homens com menos de 40 anos, o feno-greo e a raiz de ashwagandha.
O estudo mostra que a indicação de outras substâncias sem evidencia, como a maca peruana e o tribulus terrestris, podem não trazer o resultado desejado. Além disso, vale ressaltar que mesmo feno-grego ou ashwagandha não tiveram efeitos em pacientes com déficit androgênico primário grave. É fundamental procurar sempre o especialista em avaliação e terapia de reposição hormonal, que nesse caso é o médico endocrinologista.
Testosterona
A partir dos 30 anos de idade, as concentrações de testosterona nos homens tendem a diminuir em uma média de 1% ao ano. A baixa testosterona, também conhecida como deficiência androgênica está associada a uma série de complicações metabólicas, incluindo transtorno depressivo, diabetes tipo 2, obesidade e doenças cardiovasculares.
A redução da testosterona também está associada a uma qualidade de vida reduzida e a um risco aumentado de mortalidade em homens. Em um estudo que avaliou homens durante 12 anos foi observado que homens com as menores concentrações de testosterona total tiveram uma probabilidade 40% maior de morrer em comparação com homens com maiores concentrações de testosterona, mesmo após o controle de idade, obesidade e estilo de vida; possuem um risco cinco vezes maior de mortalidade por todas as causas em homens com déficit androgênico grave em comparação com homens sem a doença, após o controle de idade, IMC, tabagismo atual e saúde geral ruim; e a terapia com testosterona mostrou aumentar significativamente as taxas de sobrevivência de homens com hipogonadismo.
Apesar da terapia de reposição ser o tratamento primário para homens com déficit androgênico, esse é um uso que permanece controverso em homens com doença da próstata, com concentrações elevadas de hematócrito, com alto risco de doença cardiovascular ou apneia obstrutiva do sono. Por isso, tem sido investido em estudos que buscam avaliar a eficácia de fitoterápicos e de outros medicamentos.
Confira o estudo: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/33150931/