Diversos fatores podem impactar a saúde reprodutiva, e entre eles, as Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) ocupam um lugar de destaque. A clamídia é, atualmente, uma das ISTs bacterianas mais comuns e curáveis no mundo, ao lado da gonorreia e da sífilis. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), estima-se que ocorram milhões de novos casos anualmente.
O grande perigo da clamídia reside no seu comportamento “silencioso”: a maioria dos casos é assintomática. Isso faz com que muitas pessoas só busquem ajuda médica quando complicações graves, como a infertilidade ou dores crônicas, já se instalaram. Identificar os sinais precocemente é a chave para evitar sequelas permanentes.
Neste artigo, explicamos em detalhes as causas, os protocolos de tratamento médico e a importante relação entre esta infecção e a saúde pélvica a longo prazo.
Sinais de Alerta: Homens vs. Mulheres
Clique nos botões abaixo para ver os sintomas específicos.
- Corrimento vaginal: Alteração na cor ou cheiro.
- Dispareunia: Dor profunda durante a relação sexual.
- Sangramento: Fora do período menstrual ou pós-coito.
- Dor Pélvica: Desconforto constante no baixo ventre.
- Disúria: Ardência ao urinar.
O que é a Clamídia e como ocorre a transmissão?
A infecção é causada pela bactéria Chlamydia trachomatis. Embora tenha predileção pela uretra e órgãos genitais, é importante notar que a bactéria também pode infectar a região anal, a faringe (garganta) e os olhos, dependendo da prática sexual.
Fatores de Transmissão e Risco
A principal via de contágio é o contato sexual (vaginal, anal ou oral) desprotegido com uma pessoa infectada. Não é necessário haver ejaculação para que a transmissão ocorra.
Além da via sexual, existe a transmissão vertical: uma mãe infectada pode passar a bactéria para o bebê durante o parto vaginal. Isso acarreta riscos significativos, como conjuntivite neonatal e pneumonia no recém-nascido, além de aumentar o risco de parto prematuro e endometrite pós-parto para a mãe.
O grupo de maior risco epidemiológico inclui jovens sexualmente ativos (15 a 49 anos) e pessoas com múltiplos parceiros que não utilizam métodos de barreira (preservativos) de forma consistente.
O Ciclo do Tratamento Eficaz
Coleta de PCR (urina ou secreção). O exame é indolor e rápido.
Uso de Azitromicina (dose única) ou Doxiciclina (7 dias), conforme prescrição médica.
Crucial: O parceiro deve ser tratado mesmo sem sintomas para evitar reinfecção.
Diagnóstico Clínico e Opções de Tratamento
O período de incubação (tempo entre o contágio e o início dos sintomas) varia de 7 a 21 dias. Como a doença é frequentemente assintomática, o diagnóstico não deve depender apenas da presença de dor ou corrimento. Exames laboratoriais de biologia molecular (PCR) em amostras de urina ou secreção vaginal/uretral são o padrão-ouro para detecção.
Abordagem Medicamentosa
Por ser uma infecção bacteriana, o tratamento é realizado estritamente com antibióticos. Os protocolos mais comuns envolvem:
- Azitromicina: Geralmente administrada em dose única.
- Doxiciclina: Administração contínua por 7 dias.
Nota importante: A escolha do medicamento depende da avaliação médica, alergias do paciente e se há coinfecção (como gonorreia). É fundamental manter a abstinência sexual até o término do tratamento de ambos os parceiros para quebrar a cadeia de transmissão.
Complicações: Infertilidade e Dor Pélvica Crônica
A negligência no tratamento da clamídia pode levar a quadros graves. Nas mulheres, a bactéria pode ascender do colo do útero para as tubas uterinas, causando a Doença Inflamatória Pélvica (DIP). A inflamação gera tecido cicatricial (fibrose) e aderências.
Essas aderências podem causar:
- Obstrução Tubária: Bloqueio das trompas, impedindo o encontro do óvulo com o espermatozoide (infertilidade).
- Dor Pélvica Crônica: Dor persistente no baixo ventre, mesmo após a cura da infecção bacteriana, devido às cicatrizes internas e tensão muscular reflexa.
Nos homens, a infecção pode atingir os epidídimos (epididimite), podendo levar à azoospermia obstrutiva (ausência de espermatozoides no ejaculado), uma causa severa de infertilidade masculina.
Tratamento de Sequelas e Dor Pélvica
Você já tratou a infecção, mas continua sentindo dores na região pélvica, desconforto abdominal ou dores durante a relação?
Isso pode ser uma sequela de dor crônica ou disfunção miofascial pós-infecciosa. Na Clínica Dr. Hong Jin Pai, somos referência em reabilitação e dor.
Nossa Abordagem Multidisciplinar:
- ✅ Médicos Especialistas: Equipe do Grupo de Dor da Neurologia e Ortopedia (HCFMUSP).
- ✅ Procedimentos de Dor: Infiltrações, Bloqueios, Botox para dor pélvica, Ondas de Choque.
- ✅ Reabilitação Avançada: Acupuntura Médica, Eletroestimulação e Fisioterapia Pélvica.
Estamos localizados na Al. Jaú 687, região central de São Paulo (SP).
A clamídia é uma patologia comum e tratável, mas exige responsabilidade e rapidez no diagnóstico. Se o casal enfrenta dificuldades para engravidar decorrentes de sequelas tubárias ou azoospermia, técnicas de reprodução assistida, como a FIV (Fertilização In Vitro), são caminhos viáveis.
Contudo, se a sua queixa principal após a infecção é a dor crônica, é essencial buscar um médico fisiatra ou especialista em dor. O tratamento da dor envolve desde medicamentos específicos até terapias físicas como acupuntura e ondas de choque, disponíveis em centros especializados.
Cuide da sua saúde integralmente. A prevenção através do uso de preservativos continua sendo o melhor remédio.















































