Bioestimuladores de Colágeno – Tratamento de Flacidez na Pele

O Brasil possui alto consumo de produtos e realização de procedimentos estéticos. Entre os procedimentos existentes, têm-se os preenchimentos cutâneos, cujo objetivo é melhorar a aparência e diminuição de sulcos e rugas.

Na maioria dos casos, o preenchimento é feito com bioestimuladores da produção de colágeno. Entre os bioestimuladores existentes, a hidroxiapatita de cálcio vem sendo recomendada pela literatura científica como provida de grande potencial de estímulo à produção de colágeno.

Os bioestimuladores de colágeno referem-se, portanto, a procedimentos minimamente invasivos como os preenchedores dérmicos que tem a finalidade de tratar linhas finas, rugas, correção da perda de volume e o aumento da face envelhecida, cujo fim é melhorar o aspecto cutâneo ao agir nas camadas mais profundas da pele, contribuindo para devolver o volume facial, mediante estímulo à formação de novo colágeno dérmico.2

bioestimuladores de colágeno

O material preenchedor ideal deve ter as propriedades “de biocompatibilidade, migração mínima, fácil aplicação, biodisponibilidade, não carcinogênico e não alergênico, efeito duradouro e degradação lenta, estável, reproduzível, aplicação indolor, tempo mínimo de recuperação e seguro.3

Os preenchedores e bioestiomuladores de colágeno podem ser classificados em temporários, semi permanentes ou permanentes. As suas diferenças encontram-se em seus diferentes mecanismos de ação e na permanência do material na pele. Hoje em dia, os temporários vem sendo mais utilizados, pois, o processo de envelhecimento é muito dinâmico, fator que permite a viabilidade de atuar na estética quando se fizer necessário. 


Quadro 1. Comparação dos preenchedores dérmicos bioestimuladores

Quadro colageno
Fonte: Lima e Soares (2020, p.3-4)


Os bioestimuladores podem atuar como prevenção ou reversão do processo de envelhecimento facial, devido à ação preenchedora e bioestimuladora de novo colágeno. Porém, os bioestimuladores podem apresentar efeitos adversos precoces, tardios ou retardados.

Aquele que proporciona maior quantidade de efeitos adversos é o polimetilmetacrilato, preenchedor permanente, dado a sua elevada longevidade, cuja tendência é acentuar inflamações pré-existentes. É aconselhável analisar os seus riscos e os benefícios, bem como deve-se acompanhar ininterruptamente os pacientes.


Destacam-se os principais bioestimuladores atuais:

  • Ellansé: preenchedor e bioestimulador de colágeno tipo I, a base de policaprolactona – PCL.
  • Sculptra: preenchedor injetável, sua composição incide em Ácido Poli-L-Láctico – PLLA, é inovador, seguro e de longa duração.
  • Radiesse: preenchedor de biosestimulador de colágeno, a base da hidroxiapatita de cálcio (CaHA), com importante ação para estética facial com ótimos efeitos documentados.

Desse modo, o Ellansé da Sinclair, o Sculptra da Galderma e o Radiesse da Merz contribuem para devolver a produção de colágeno, deixando a pele mais firme, um contorno facial mais marcante, com textura brilhante. Esses bioestimuladores são garantidos, eficazes, possui longa duração e poucos efeitos adversos. 3-4

Estudo foi realizado com o objetivo de compreender a real eficácia da hidroxiapatita de cálcio na produção de colágeno e melhoria do aspecto cutâneo. A maior parte dos trabalhos observados pela autora mostraram que os resultados clínicos são satisfatórios ao analisar a pele do paciente antes e depois do tratamento. Porém, foi observado que a eficácia do uso de hidroxiapatita de cálcio na produção de colágeno são embrionárias e ainda é necessário realizar estudos longitudinais e pesquisas histológicas, para estudar mais profundamente como se estabelece a reparação e bioestimulação tecidual.2

Existe um crescente interesse das pessoas para interromper, diminuir ou prevenir os efeitos procedentes da idade, com isso, vem surgindo cada vez mais produtos e tecnologias não invasivas para realizar tratamentos voltados para a estética. Houve um grande desenvolvimento e importância dos preenchedores faciais para fins estéticos que proporcionam como benefícios, valores mais acessíveis, menor tempo de recuperação e menores implicações.5

Importante lembrar-se de que, os biosestimuladores de colágeno tem uma função importante, porque, é sabido que com o passar dos anos, os contornos faciais se modificam, primeiramente, o ser humano apresenta a região de mandíbula bem acentuada, posteriormente, sobrevém a ptose facial, a reabsorção óssea e a indefinição dos contornos mandibulares.6

colágeno

A juventude evidencia uma face com contorno triangular, com base voltada para cima. Com o passar dos anos, a base desse triângulo inverte e se volta para baixo. Determinadas áreas demonstram predisposição para reabsorção óssea como a região nasal, zigomática, orbital e a área do pré-Jowl da mandíbula.6

Nesse sentido, o esqueleto facial pode convir de orientação para procedimentos estéticos posteriores, assim, as mudanças provocadas pelo envelhecimento podem ser adequadas para alcançar um rosto mais harmônico e rejuvenescido através da estética facial realizadas a partir dos bioestimuladores de colágeno.6

Face ao exposto, pode-se entender que a escolha dos bioestimuladores depende do perfil de cada pessoa, levando-se em conta a área de tratamento, a experiência com os produtos e as expectativas do paciente quanto ao tempo para se alcançar os resultados desejados.


Referências

  • Klein AW. Skin filling: collagen and other injectables of the skin. Dermatologic clinics. 2001 Jul 1;19(3):491-508.
  • Inoue N, Sugihara F, Wang X. Ingestion of bioactive collagen hydrolysates enhance facial skin moisture and elasticity and reduce facial ageing signs in a randomised double‐blind placebo‐controlled clinical study. Journal of the Science of Food and Agriculture. 2016 Sep;96(12):4077-81.
  • Sifaki M, Calina D, Docea AO, Tsioumas S, Katsarou MS, Papadogiorgaki S, Fragkiadaki P, Branisteanu DE, Kouskoukis K, Tsiaoussis J, Spandidos DA. A novel approach regarding the anti‑aging of facial skin through collagen reorganization. Experimental and therapeutic medicine. 2020 Jan 1;19(1):717-21.

Dra. Juliana Toma

CRM-SP: 156490 / RQE: 65521.
Médica pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP/EPM). Residência Médica em Dermatologia pela UNIFESP. Pós-Graduação em Dermatologia Oncológica pelo Instituto Sírio Libanês (SP).
Fellow em Tricologias, Discromias e Acne pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP).
Pós-Graduação em Pesquisa Clínica pela Harvard Medical School – EUA (Principles and Practice of Clinical Research).

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Dra. Juliana Toma

Dra. Juliana Toma

CRM-SP: 156490 / RQE: 65521.
Médica pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP/EPM). Residência Médica em Dermatologia pela UNIFESP. Pós-Graduação em Dermatologia Oncológica pelo Instituto Sírio Libanês (SP).
Fellow em Tricologias, Discromias e Acne pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP).
Pós-Graduação em Pesquisa Clínica pela Harvard Medical School – EUA (Principles and Practice of Clinical Research).

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