DOR NO CORPO é um sintoma bem desagradável. Embora seja comum, é desencadeado por uma variedade de doenças médicas.
Você está sentindo dores no seu corpo? Então você está sentindo seus músculos fracos, cansados e doloridos. Dor no corpo pode ser causada pela rotina exaustiva, principalmente se você fica muito tempo em pé, caminhando ou se exercitando por longos períodos.
Essas atividades causam estresse e tensão muscular. Se você está com gripe, resfriado ou outras doenças transmissíveis, também pode estar sentindo dores e cansaço no corpo.
A maioria das dores no corpo podem ser tratadas facilmente com medidas simples, incluindo descanso e hidratação. Em outros casos, a dor no corpo pode ser prolongada e maçante e, às vezes, até mesmo generalizada. Por isso, é importante consultar um médico para um diagnóstico preciso.
O médico poderá avaliar as causas da sua dor no corpo e criar um programa de tratamento, farmacológico ou não-farmacológico, para aliviar suas dores e outros sintomas que estejam relacionados.
Este artigo ajudará você a conhecer alguns problemas de saúde que podem causar dores no corpo, juntamente com o tratamento adequado para cada condição.
Gripe e resfriado são infecções virais que causam inflamações e atacam o organismo. O resfriado costuma ser uma doença respiratória mais branda do que a gripe, mas ambos podem provocar dor no corpo em intensidades variadas.
O resfriado geralmente começa com dor na garganta, seguido de sintomas nasais, tosse leve e, algumas vezes, febre. Os sintomas tendem a desaparecer em poucos dias.
Os sintomas da gripe englobam os mesmos do resfriado, mas são mais intensos, e em alguns casos, costumam ser mais graves, incluindo complicações como a pneumonia. O corpo pode manifestar dores por precisar trabalhar duro para combater a infecção.
O tratamento envolve descanso, hidratação, descongestionantes e analgésicos para aliviar a dor e reduzir a febre. Consulte um médico caso esteja com febre persistente que vai e volta, tosse persistente e dor de cabeça intensa.
Além do resfriado e gripe comum, atualmente o mundo foi assolado por uma nova variante viral. Em dezembro de 2019, iniciou um surto por coronavírus causado por uma nova síndrome respiratória aguda, o SARS-CoV-2. Antes do surgimento da vacina, era comum a infecção provocar sintomas graves e milhões de pessoas vieram à óbito no mundo inteiro.
Hoje em dia, as manifestações clínicas têm semelhanças a uma gripe comum ou resfriado, embora grande parte das pessoas nem mesmo tenha nenhum sintoma.
Os sintomas mais comuns incluem febre, dor na garganta, produção de catarro, tosse seca, fadiga, mialgia, dor de cabeça e dor abdominal.
Complicações graves como arritmia, hipoxemia e lesão cardíaca aguda e renal ainda são relatados em alguns pacientes com coronavírus, embora em menor ocorrência.
A recomendação de tratamento envolve isolamento e medicamentos para aliviar os sintomas, como analgésicos e antipiréticos. Casos leves podem ser tratados em casa mediante descanso, hidratação e alimentação saudável.
Casos graves necessitam de cuidados especiais em hospitais, incluindo oxigenoterapia e tratamento com antibióticos, em casos de infecções bacterianas secundárias.
A vacina é o principal meio de prevenção contra a gripe e o COVID-19.
2. Dengue/Zika/Chikungunya
Dengue, Zika e Chikungunya são arboviroses tendo como principal agente transmissor o mosquito Aedes aegypti. No entanto, existem estudos que comprovam que o mosquito Aedes albopictus também pode transmitir o vírus da dengue.
A dengue é uma doença sazonal que ocorre com maior periodicidade em épocas quentes e úmidas. O vírus da dengue é representado por 4 sorotipos, que podem ser transmitidos independentemente da idade.
Os sintomas da dengue duram em torno de 3 a 7 dias e incluem febre, dores no corpo e nas articulações, manchas no corpo, náuseas, vômito, diarreia e dor de cabeça.
O vírus da Zika foi descoberto na África, em macacos da espécie Rhesus. O vírus da Chikungunya pertence ao gênero Alfavírus e seu nome significa “andar curvado”, característica da postura dos pacientes acometidos pela doença, provocando fortes dores no corpo.
Zika e Chikungunya, muitas vezes, são confundidas com os sintomas da dengue, pois os sintomas são bastante parecidos. Porém, no caso da Chikungunya, as dores articulares podem perdurar por meses e até anos.
O tratamento para as três condições é bem parecido e envolve basicamente repouso e hidratação. Medicamentos podem ser administrados para aliviar os sintomas, contanto que sejam prescritos pelo médico e não tenham em sua composição ácido acetilsalicílico (AAS), pois podem desencadear hemorragias.
3. Fibromialgia
A fibromialgia é caracterizada como uma síndrome que causa dor crônica disseminada em vários pontos do corpo, rigidez articular e sintomas sistêmicos, envolvendo dor, fadiga e distúrbios do sono.
A etiologia e patogênese da doença ainda não está totalmente esclarecida, mas acredita-se que vários fatores podem estar envolvidos, como disfunção do sistema nervoso central e autônomo, neurotransmissores, hormônios, sistema imunológico, estressores externos, condições psiquiátricas, dentre outros.
Visto que a fibromialgia é uma síndrome complexa, muitas vezes o diagnóstico é difícil e demorado, pois os sintomas são vagos e generalizados.
O médico deve considerar cuidadosamente uma infinidade de diagnósticos diferenciais, como forma de reduzir as chances de um diagnostico incorreto.
O tratamento consiste em aliviar a dor, melhorar a função física e aumentar o sono restaurador. Muitas vezes, é necessário que haja uma abordagem de tratamento multifacetada, incluindo estratégias não farmacológicas e medicação.
As estratégias não farmacológicas podem incluir exercícios aeróbicos, terapia cognitivo-comportamental, fisioterapia, acupuntura e educação alimentar.
O tratamento medicamentoso pode incluir antidepressivos, anticonvulsionantes, analgésicos ou inibidores seletivos da recaptação de serotonina e noradrenalina.
Somente um médico poderá prescrever os medicamentos e dosagens adequados de acordo com as necessidades do paciente.
4. Artrite reumatoide
A artrite reumatoide consiste em uma doença inflamatória autoimune, que atinge o revestimento sinovial das articulações, causando dores do corpo, além de muitas vezes afetar outros órgãos, como o coração, pulmões e vasos sanguíneos.
Essa doença afeta mais frequentemente mulheres do que homens, ocorrendo mais comumente entre a terceira e quinta décadas de vida, embora a ocorrência aumente após a sexta década.
Visto que é uma condição inflamatória sistêmica, os sintomas incluem fadiga, rigidez matinal prolongada e dor no corpo que melhora com atividade. Na doença precoce, os joelhos podem ser atingidos e conforme a doença progride, outras articulações maiores, como quadris e ombros, podem ser afetadas.
Após inflamação prolongada, a artrite reumatoide pode levar a alterações destrutivas no osso periarticular, manifestando sintomas nas articulações das extremidades superiores e inferiores, especialmente as pequenas articulações dos pulsos, mãos e pés.
O tratamento não farmacológico envolve a adoção de hábitos saudáveis e exercícios físicos. Como a artrite reumatoide é uma condição inflamatória, o tratamento medicamentoso inclui anti-inflamatórios não esteroides, de forma a melhorar a dor e o inchaço causados pela doença.
Outros medicamentos eficazes são os glicocorticoides (que melhoram os sintomas e retardam a progressão clínica e radiográfica), medicamentos antirreumáticos modificadores da doença e agentes biológicos.
5. Deficiência de Vitamina D
A vitamina D é responsável pela boa saúde óssea, além de fortalecer o sistema imunológico e cardiovascular. Visto que essa vitamina atua no metabolismo ósseo, a sua deficiência pode influenciar diretamente na dor óssea em todo o corpo.
Além disso, pode provocar fraqueza muscular, pois os músculos esqueléticos possuem um receptor de vitamina D e necessitam desse nutriente para a sua função máxima.
A deficiência de vitamina D também tem sido associada ao aumento de casos de depressão e esquizofrenia, que também influenciam no bem-estar físico.
A vitamina D pode ser obtida através da exposição solar, da dieta ou através de suplementação alimentar. Uma dieta rica em peixes oleosos pode corrigir e prevenir a deficiência de vitamina D.
A recomendação médica para ingestão adequada de vitamina D é de 200 UI por dia para crianças e adultos de até 50 anos. Para adultos entre 51 e 70 anos, o recomendado é 400 UI por dia, e para adultos com mais de 71 anos, recomenda-se 600 UI diários.
Visto que muitas pessoas não recebem exposição solar adequada diariamente, essas quantidades podem aumentar de acordo com as necessidades nutricionais de cada um.
Referências
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