PREENCHIMENTO LABIAL: Ácido Hialurônico

O preenchimento labial é um procedimento em que se aplicam produtos preenchedores para fins estéticos ou para devolver o contorno perdido e remodelar o lábio superior, inferior ou ambos.

O tratamento tem a mesma duração do preenchimento facial, vez que pode-se aplicar a mesma substância e estas devem proporcionar resultados satisfatórios, durabilidade, estabilidade e segurança.

Benefícios do Ácido Hialurônico

Com o passar do tempo a tendência dos lábios é estreitar, perder o volume e o contorno, mas, com injeções de Ácido Hialurônico tem-se a possibilidade de promover o restabelecimento dessas características.

O Ácido Hialurônico (AH) é recomendado para aumentar o volume de áreas que evidenciam depressões, esse produto ajuda a corrigir rugas, cicatrizes, olheiras e envelhecimento. Portanto, a sua diminuição no organismo exerce uma função relevante no desenvolvimento de rugas.

preenchimento labial

Considerado um potente biomaterial na engenharia de tecidos, o ácido hialurônico é    biocompatível, biodegradável e participa de vários processos biológicos relacionados à morfogênese e regeneração tecidual.  É o glicosaminoglicano mais abundante da matriz extracelular que forma a derme.

As suas propriedades físicas exercem uma função importante na estrutura da derme que auxilia a manter a flexibilidade e a firmeza da pele. Considerado ainda uma substância natural presente no corpo que contribui para aumentar o volume dos lábios, esses preenchedores dérmicos denominam-se, por vezes, “preenchedores” de ácido hialurônico.

Utilização do Ácido Hialurônico

O AH tem propriedades hidrofílicas que geram o aumento do volume tecidual. Determinadas formulações tem capacidade de retenção de cerca de 6 litros de água para cada 1 grama de ácido hialurônico que representa uma hidratação intensa e integridade do tecido.

Essa substância não é permanente, tem duração média de seis meses, podem ou não ter anestésico associados e são passíveis de divisão em bifásicos e monofásicos. A sua origem pode ser animal (retirado da crista de galo) e sintética (mecanismo de fermentação bacteriana/ cultura de Streptococcus) sendo que o último vem sendo mais aplicado nos últimos anos.

O AH bacteriano possui embalagem de uso único em seringa carregada com gel límpido, incolor, não particulado, espesso sem lidocaína.  Essa substância é recomendada por ser um dos preenchedores dérmicos temporários mais garantidos e eficientes para corrigir rugas, linhas e sulcos faciais e recontorno estético dos lábios.

Riscos Potenciais do Ácido Hialurônico

Podem ocorrer reações transitórias associadas ao preenchimento dérmico, como dor, edema, prurido, vermelhidão. Complicações não frequentes envolvem cegueira, necrose tecidual, edema persistente, granulomas que podem ser tratadas com injeção no local da enzima hialuronidase.

O uso de ácido hialurônico é contraindicado em áreas da pele com lesão ou inflamação.  

preenchimento labial

Tipos de preenchimento labial

Os principais tipos de preenchimento labial são: temporários, semipermanentes e permanentes. Atualmente, o preenchimento labial temporário realizado com ácido hialurônico é o mais indicado dentre os especialistas.

Temporários:

São feitos com ácido hialurônico, que se refere a um material seguro e completamente aceito pelo organismo, ou com gordura autógena, retirada do próprio corpo (culote e face interna do joelho) ou alcançada por meio de lipoaspiração.

Semipermanentes e permanentes:

Correspondem as necessidades de cada caso contribuindo para atender as imperfeições segundo a faixa etária do paciente.

O Quadro 1 apresenta algumas recomendações gerais e específicas que o profissional deve estar alerta ao realizar o preenchimento labial

Quadro 1 – Recomendações gerais e específicas para realizar o preenchimento labial

Gerais
Usar microcânulas com ponta romba em áreas de maior chance de dano arterial, precavendo a injeção direta no vaso com agulha convencional.
Mover a microcânula de ponta romba com suavidade para prevenir laceração e estimular vasoconstrição passageira dos vasos.
Usar agulhas/microcânulas de menor calibre, a pressão inicial para injetar o produto é maior, mas, essa alternativa favorece a velocidade mais baixa de injeção e torna menos possível a oclusão vascular ou bloqueio do fluxo periférico.  
Fazer uma subcisão ou prétunelamento com a agulha de 18G para fazer a inserção da cânula. Esse procedimento é mais seguro do que fazer a dissecção com a própria substância preenchedora.  
Aspirar antes de injetar o produto para averiguar se a agulha/ microcânula não está em uma artéria ou veia.
Evitar a trajetória de uma artéria calibrosa (> 0,5mm), ou use cânula de 25G paralela à artéria para minimizar risco de perfuração acidental vascular.  
Evitar injeção de grandes volumes em planos menos distensíveis, para prevenir altas pressões no local.  
Fonte: Paixão (2015, p.12-13), (Machado; Gomes (2022, p.17-19)
Específicas  
A injeção nos lábios em profundidades superior a 3mm logo abaixo do vermelhão pode ser segura para projeção dos lábios.  
Realizar a compressão da Artéria Labial Superior cerca de 1cm acima da comissura labial, no ponto em que ela passa perto do ângulo oral.  
A injeção na borda do lábio inferior é mais segura. A trajetória da Artéria Labial Inferior é fora do vermelhão do lábio inferior, próxima ao rebordo alveolar.
A maioria dos ramos labiais entra no vermelhão de forma perpendicular, e as artérias marginais que a vinculam com esses ramos terminais no vermelhão são de calibre muito pequeno.
Em somente 4% dos casos a Artéria Labial Inferior assume trajetória aberrante, correndo mais superiormente e bem mais próximo ao vermelhão.






Ressaltam-se que a injeção de ácido hialurônico para realizar os preenchimentos labiais é muito eficaz para promover o rejuvenescimento cutâneo. Entretanto, após 48 horas do procedimento, recomenda-se tomar cuidados para tocar os lábios com copos, garfos, colheres.

Isso porque, o local tende a ficar inchado e ressecado, mas, isso pode passar em poucos dias, cujo efeito final pode ser observado em cerca de sete dias. A reabsorção do ácido hialurônico pode ser de 6 a 18 meses, fato que depende do organismo e da quantidade da substância utilizada.

Aborda-se juntamente que, a Agarose-gel é implante líquido, ou seja, é um preenchimento dérmico que pode ser aplicado nos lábios, pois, é estável e apresenta mínimos efeitos colaterais. Genericamente, os pré-requisitos para esses preenchedores passam pela eficácia, volume, elasticidade e segurança dos preenchedores ou implantes líquidos, como resistência local e mínimos efeitos colaterais.

Os preenchedores não permanentes que configuram estimulantes do fibroblasto, atuantes na reposição de volume também são interessantes. Mas, a obtenção de resultados mais satisfatórios, depende do conhecimento anatômico facial, da fisiologia do processo de envelhecimento e o preenchimento adequado para cada tipo de intervenção.

O agarose-gelé uma terapia segura, com baixo risco e fácil de ser aplicada. Trata-se de um método alternativo e bom para aumentar a área dos lábios. Esse preenchimento é inovador e distinguido pela permanência local e boa compatibilidade. Por ter uma natureza biocompatível pode ser combinado com qualquer material anteriormente aplicado.

Esse medicamento é uma substância natural e viscosa, podendo gerar grande satisfação no paciente, isso porque suas expressões faciais ficam muito naturais mesmo quando se movimenta. Assim, pode-se obter uma satisfação realista da expectativa do paciente, com excelente efeito cosmético. 6

Face ao exposto, destaca-se que diferentes são os produtos disponíveis à base de ácido hialurônico, estes podem variar em relação às características físicas e químicas, o pode influenciar em seus benefícios e efeitos adversos.

O que torna relevante estar sempre buscando estudos clínicos relacionados ao tema e acompanhar as informações procedentes da farmacovigilância com o fim de garantir a eficácia e, especialmente, a segurança da aplicação dessa substância que tornou-se tão comum em consultórios de diferentes disciplinas.   

Referências

  1. Guimarães OL, Negrão LF. Preenchimento labial com ácido hialurônico. 2020, p.1-8 Disponível em:chrome-extension://efaidnbmnnnibpcajpcglclefindmkaj/https://faculdadefacsete.edu.br/monografia/files/original/1ea2c822b04005409c37d11930cf5edd.pdf Acesso: 06 ago. 2022.
  2. Baggio VHW, Sidmarcio Z. Preenchimento Labial Pontual Precise Lip Filling. (recurso eletrônico) ed. Plena, 2019, 14p.Disponível em:chrome-extension://efaidnbmnnnibpcajpcglclefindmkaj/https://editoraplena.com.br/wpcontent/uploads/2019/09/PREENCHIMENTO-LABIAL-PONTUAL.pdf  Acesso: 09 ago. 2022.
  3. Hennaly SDA, Bezerra RVM, Toshiaki NC, Lira K MA, Silva GDG, Oliveira JG, Moreira AG. Rejuvenescimento Lábio Com Ácido Hialurônico: relato de caso. (2): 02, 2022. Disponível em: https://periodicojs.com.br/index.php/hs/article/view/748. Acesso: 09 ago. 2022.
  4. Machado CM, Gomes KF. Preenchimento labial com ácido hialurônico. Trabalho de Conclusão. Curso de Odontologia. Centro Universitário São José, Rio de Janeiro 2021, 23p. Disponível em: chrome-extension://efaidnbmnnnibpcajpcglclefindmkaj/https://saojose.br/wp-content/uploads/2022/05/CAROLINA-MENEZES-MACHADO-e-KETHELYN-FREIRE-GOMES.pdf Acesso: 09 ago. 2022.
  5. Paixão, MP. Conheço a anatomia labial?  Implicações para o bom preenchimento Surgical & Cosmetic Dermatology.  Sociedade Brasileira de Dermatologia Rio de Janeiro, 7(1):10-15, 2015 Brasil Disponível em:  chrome-extension://efaidnbmnnnibpcajpcglclefindmkaj/https://www.redalyc.org/pdf/2655/265538320001.pdf  Acesso: 09 ago. 2022.
  6. Shab A, Lisandru M, Shab C. Lip augmentation with a new generation of liquid implant: Agarose-gel. Aesthetic Medicine.  (5): 1, Jan., Mar. 2019. Disponível em: https://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:ZevSLOGP3UJ:https://www.med-aesthet.de/wp-content/uploads/2022/03/lippen.pdf+&cd=1&hl=pt-PT&ct=clnk&gl=br Acesso: 06 ago. 2022.

Dra. Juliana Toma

CRM-SP: 156490 / RQE: 65521.
Médica pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP/EPM). Residência Médica em Dermatologia pela UNIFESP. Pós-Graduação em Dermatologia Oncológica pelo Instituto Sírio Libanês (SP).
Fellow em Tricologias, Discromias e Acne pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP).
Pós-Graduação em Pesquisa Clínica pela Harvard Medical School – EUA (Principles and Practice of Clinical Research).

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Dra. Juliana Toma

Dra. Juliana Toma

CRM-SP: 156490 / RQE: 65521.
Médica pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP/EPM). Residência Médica em Dermatologia pela UNIFESP. Pós-Graduação em Dermatologia Oncológica pelo Instituto Sírio Libanês (SP).
Fellow em Tricologias, Discromias e Acne pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP).
Pós-Graduação em Pesquisa Clínica pela Harvard Medical School – EUA (Principles and Practice of Clinical Research).

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