A curetagem é um procedimento ginecológico que consiste na remoção do tecido endometrial (revestimento interno do útero) com o uso de um instrumento chamado cureta.
Este procedimento é realizado em casos de aborto espontâneo ou retido, para tratar pólipos endometriais ou em casos de sangramento uterino anormal.
Tipos de Curetagem e Suas Aplicações:
a) Curetagem Uterina:
Este procedimento envolve a raspagem do interior do útero para remover qualquer tecido problemático. A razão mais comum para se submeter à curetagem uterina é após um aborto espontâneo.
No entanto, ela também pode ser usada para remover pólipos ou investigar sangramentos inexplicáveis em mulheres que não estão grávidas. Nesses casos, o procedimento é conhecido como curetagem diagnóstica.
b) Curetagem Diagnóstica:
Como uma ferramenta investigativa, a curetagem diagnóstica ajuda a determinar a causa de sangramentos anormais.
No entanto, esse procedimento está sendo gradualmente substituído pela histeroscopia, uma alternativa mais segura. Em alguns casos, a curetagem diagnóstica ainda pode ser necessária se a histeroscopia não estiver disponível ou houver problemas com autorização médica, ou urgência.
c) Curetagem Pós-Aborto:
Este tipo de curetagem era amplamente praticado antes da introdução da aspiração manual a vácuo (AMV), que apresenta menos riscos. Se a AMV não estiver disponível, a curetagem pós-aborto ainda pode ser realizada de maneira eficaz.
A vantagem da curetagem nesta situação é que o profissional pode sentir se todo o tecido foi removido. No entanto, existem riscos associados a este procedimento, que exploraremos na próxima seção.
A curetagem pode causar infertilidade?
Quanto à infertilidade, a curetagem em si é considerada um procedimento seguro, desde que seja realizada por um profissional experiente e em condições adequadas. No entanto, quando realizada de forma inadequada ou com maior frequência, pode ocorrer a formação de sinequias uterinas.
Essas aderências ocorrem entre as paredes do útero ou do colo uterino, resultando em uma patologia denominada Síndrome de Asherman. Essa condição pode levar à infertilidade, uma vez que dificulta a implantação do embrião no útero e pode causar alterações na menstruação.
Até quanto tempo depois do procedimento pode-se sentir dor?
Em relação ao tempo de dor após o procedimento, é comum sentir cólicas leves e um pequeno sangramento após a curetagem. Esses sintomas geralmente cessam entre 3 a 7 dias.
Caso as dores se intensifiquem ou persistam além desse período, é importante consultar um médico para avaliação.
Quantos dias após a curetagem pode ter relação sexual?
Quanto ao retorno às atividades sexuais, é importante levar em consideração que a parte interna do útero está ferida e, portanto, suscetível a infecções após a curetagem.
O ideal é esperar de 15 a 20 dias após o procedimento antes de retomar as relações sexuais.
Além disso, é fundamental discutir com seu médico sobre a necessidade de uso de contraceptivos e quando é seguro começar a tentar engravidar novamente, caso esse seja o objetivo.
Riscos da Curetagem:
a) Sinéquias Uterinas: Um dos riscos da curetagem é o desenvolvimento de sinéquias uterinas ou cicatrizes internas. Embora isso nem sempre ocorra, é essencial estar ciente dessa possível complicação.
b) Perfuração Uterina: O uso de uma cureta metálica durante o procedimento representa um risco de perfurar acidentalmente o útero. Embora isso não seja comum, é crucial minimizar os riscos o máximo possível.
c) Curetagem Pós-Parto: Em alguns casos, a curetagem pode ser necessária após o parto. Isso pode ocorrer se a placenta for retida ou houver suspeita de que algum tecido placentário permanece dentro do útero. Nessas situações, a curetagem é realizada porque a aspiração pode não ser suficiente para resolver o problema.
Lembre-se de que cada caso é único e o acompanhamento médico é essencial para garantir uma recuperação adequada e segura após a curetagem.