Você sabia que o Brasil tem a maior rede de bancos de leite materno do mundo? De acordo com dados do Ministério da Saúde, são 217 postos de coleta em todas as regiões do país. A iniciativa salva vidas de bebês prematuros e que estão abaixo do peso diariamente, e é um grande incentivo para mulheres que possuem produção excessiva de leite.
Para o Ministério da Saúde (OMS), o leite humano é um alimento de ouro. Aproximadamente 6 milhões de vidas são salvas todos os anos por causa do aumento das taxas de amamentação até o sexto mês de vida dos bebês.
Quanto mais leite materno, melhor!
Ao contrário do que você pode estar pensando, não é necessário uma alta produção de leite para que a mulher se torne doadora, pois não existe uma quantidade mínima necessária.
Para a Rede Global de Bancos de Leite Humano, o importante é doar, pois apenas um litro de leite materno pode alimentar até 10 recém-nascidos por dia. Muitas vezes, 1 ml já é o suficiente para nutrir um bebê prematuro internado em uma Unidade Neonatal.
De acordo com Janini Ginani, coordenadora da Saúde da Criança do Ministério da Saúde, todo mundo ganha quando mais bebês são amamentados.
“Os bebês amamentados com leite humano têm mais chances de recuperação, de altas mais precoces. E isso representa uma economia para o Sistema Único de Saúde (SUS), menos uso de antibióticos”, enfatizou.
Quem pode doar?
Mulheres que já estão amamentando e produzem um alto volume de leite podem procurar um banco de leite humano para fazer a sua doação. Para isso, basta que a doadora seja saudável e não tome nenhum medicamento que impeça a amamentação.
Para ser uma doadora, escolha um ponto de coleta mais próximo e confortável pra você clicando aqui.
Como funciona a doação?
Como dito acima, a doação de leite materno pode ser fácil e salvar muitas vidas. Mas, afinal, como é feito o processo até a chegada do leite a quem mais precisa?
O grande foco do recebimento do leite são bebês prematuros internados com menos de 2,5kg, com problemas no trato intestinal e que, muitas vezes, não podem ser alimentados pela mãe.
Todos os leites recebidos são analisados, pasteurizados e submetidos a um controle de qualidade extremo. Dessa maneira, somente depois desse processo o leite é distribuído a cada bebê.
Não faça doação direta!
Pode ser uma boa ideia uma mãe amamentar outra criança para ajudar outra mulher, né? No entanto, a prática não é recomendada e é considerada perigosa pelo Ministério da Saúde e pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Conhecida como amamentação cruzada, o ato pode transmitir doenças infecciosas, contaminando o bebê.
Para que o leite chegue de maneira segura e saudável ao bebê, é importante respeitar o processo de coleta e controle de qualidade da Rede Global de Bancos de Leite Humano, pois o Brasil é referência internacional em doação de leite humano.
Grau de parentesco próximo ou exames saudáveis em dia não podem definir se o leite materno está apto para doação. Por isso, a mãe não deve amamentar outra criança ou permitir que o filho seja amamentado por outra pessoa sem que esse processo passe pelo banco de leite.
Números no Brasil
Somente em 2021, foram ofertados no Brasil 168 mil litros de leite para 237 mil bebês recém-nascidos. Em relação ao ano de 2020, o aumento foi de 7%.
Para 2022, o objetivo é ir ainda mais longe com a campanha “Doe leite materno e receba a gratidão de uma vida”, que tem o objetivo de ampliar em 5% a oferta nos bancos de leite do país.
Além disso, a proporção de leite no Brasil é de uma mulher doadora para 12 mulheres assistidas.