Osteoartrose, também chamada osteoartrite ou apenas artrose, é o tipo mais comum de artrite.
A doença pode se instalar em qualquer articulação do corpo, embora seja mais comum nas mãos, joelhos, pés, coluna e quadris.[1]Sinusas K. Osteoarthritis: diagnosis and treatment. American family physician. 2012 Jan 1;85(1):49-56.
Ela afeta principalmente pessoas com idade superior a 50 anos, embora também possa acometer jovens[2]Zhang Y, Jordan JM. Epidemiology of osteoarthritis. Clinics in geriatric medicine. 2010 Aug 1;26(3):355-69..
A doença é considerada crônica, ou seja, de longa duração, o que tornam necessários cuidados contínuos para controlar seu progresso.
Definição de osteoartrite | Importância da osteoartrite |
---|---|
A osteoartrite é uma doença articular degenerativa que faz com que a cartilagem que amortece as extremidades dos ossos se desgastem, causando dor, inchaço e rigidez. | Osteoartrite é comum, afetando milhões de pessoas. É importante estar ciente dos sintomas e opções de tratamento disponíveis, pois podem ter um impacto significativo na qualidade de vida. |
Felizmente, os tratamentos disponíveis atualmente conseguem proporcionar melhoria considerável em quadros agudos, leves e moderados, permitindo que o indivíduo com osteoartrose leve uma vida normal.
O que é osteoartrose?
Todas as articulações do corpo são recobertas por um material gelatinoso chamado cartilagem, cuja função é tornar a superfície entre ossos lisa e lubrificada para que o movimento ocorra sem atritos.
A cartilagem é um tecido liso e esponjoso que reveste as extremidades dos ossos onde eles se encontram para formar as articulações. Em articulações como cotovelos, joelhos, ombros, tornozelos e articulações, a cartilagem atua como amortecedor, protegendo os ossos e evitando que suas extremidades se toquem durante o movimento do corpo[3]Brandt KD, Dieppe P, Radin EL. Etiopathogenesis of osteoarthritis. Rheumatic Disease Clinics of North America. 2008 Aug 1;34(3):531-59..
Na osteoartrose, essa cartilagem fica desgastada, resultando em dor, restrição de mobilidade e diversos outros sintomas que interferem na qualidade de vida.
À medida que a doença progride, os ossos, ligamentos e tendões podem quebrar e desenvolver nódulos[4]Felson DT. Developments in the clinical understanding of osteoarthritis. Arthritis research & therapy. 2009 Feb;11(1):1-1..
Fatos importantes sobre osteoartrite |
---|
A osteoartrite é a forma mais comum de artrite. |
É causada pelo desgaste de uma articulação ao longo do tempo. |
Os locais mais comuns de osteoartrite são as mãos, quadris e joelhos. |
Os sintomas da osteoartrite incluem dor e rigidez nas articulações. |
As opções de tratamento incluem mudanças no estilo de vida, medicamentos e fisioterapia. |
CID de Osteoartrose
Os códigos do CID-10 – classificação criada pela Organização Mundial de Saúde para padronizar e catalogar problemas de saúde – relacionados à artrose incluem:
- M19: outras artroses
- M19.0: artrose primária de outras articulações
- M19.1: artrose pós-traumática de outras articulações
- M19.2: outra artrose secundária
- M19.8: outra artrose especificada
- M19.9: artrose não especificada
Diferença entre artrite e artrose
Apesar de os nomes e os sintomas serem parecidos, artrite e artrose são doenças distintas.
A artrite consiste em um conjunto de doenças que gera inflamação nas articulações, enquanto a artrose é caracterizada pela degeneração das cartilagens.
Pode-se considerar a artrose um tipo de artrite, assim como associar ambas as condições, visto que a inflamação muitas vezes acelera a degeneração cartilaginosa[5]Felson DT. Osteoarthritis as a disease of mechanics. Osteoarthritis and cartilage. 2013 Jan 1;21(1):10-5..
Artrite | Artrose |
---|---|
Inflamação das articulações | Degeneração das articulações |
Causado por um distúrbio autoimune | Causado pelo desgaste relacionado à idade |
A dor pode ser intensa | A dor pode ser leve ou intensa |
Pode causar inchaço e sensibilidade | Pode causar rigidez e dificuldade de movimentação |
Pode causar deformidades articulares | Pode causar rangidos ou rangidos ao mover juntas |
Pode causar fadiga | Pode causar crescimentos ósseos (esporões) ao redor da articulação |
Qual é a diferença entre artrite reumatóide e osteoartrite?
A artrite reumatóide e a osteoartrite causam dor nas articulações, rigidez e amplitude de movimento limitada, mas as duas doenças são distintas em sua causa raiz e tratamento.
A artrite reumatóide é uma condição autoimune em que o próprio sistema imunológico de uma pessoa ataca suas articulações, causando inflamação. A artrite reumatóide geralmente afeta muitas articulações simultaneamente, especialmente nas mãos, punhos e pés, sendo tratada com medicamentos para suprimir a resposta imune.
A osteoartrite não é uma doença autoimune e, embora as causas exatas não sejam conhecidas, vários fatores de risco foram identificados. Em uma articulação saudável, a cartilagem fornece amortecimento e uma superfície articular lisa para o movimento. Em uma articulação osteoartrítica, como a cartilagem é irreversivelmente destruída e as anormalidades ósseas se desenvolvem, o movimento se torna doloroso e mais difícil.
Tipos de osteoartrose
Os tipos de artrose variam de acordo com a articulação afetada. As acometidas com mais frequência são:
- Mãos: costuma ser mais frequente no encontro da segunda com a terceira falange, onde também é frequente o desenvolvimento nódulos. Em menor incidência, afeta a articulação entre primeira e segunda falange.
- Joelho: a artrose no joelho gera dor, inchaço e aumento de volume das estruturas – que em estágios avançados cursa com desalinhamento ósseo. Ainda é comum o relato de crepitação.
- Quadril: essa osteoartrite geralmente afeta a junta do osso coxal com o fêmur e é manifestada por dor na virilha que pode refletir nos joelhos e nádegas.
- Coluna: ocorre quando há desgaste do disco cartilaginoso que separa as vértebras, de modo que gera compressão dos nervos. Em consequência, há dor, cãibras, rigidez e atrofia. Geralmente, a artrose afeta mais a coluna lombar e a cervical do que a torácica.
Causas da osteoartrite
As causas de osteoartrite ainda não estão claras, mas acredita-se que seja fruto da combinação de fatores de risco genéticos e ambientais.
O principal desencadeador da doença é o dano articular, que costuma acumular com o passar dos anos – explicando a alta incidência em adultos de meia-idade e idosos.
Quando a cartilagem fica desgastada ou danificada, todos os tecidos na articulação se tornam mais ativos do que o normal, à medida que o corpo tenta reparar o dano.
Os processos de reparo podem alterar a estrutura da articulação, mas muitas vezes permitem que a articulação funcione normalmente e sem dor e rigidez. Quase todos nós desenvolvemos osteoartrite em algumas de nossas articulações à medida que envelhecemos, embora possamos nem estar cientes disso.
Causa | Descrição |
---|---|
Idade | A osteoartrite é mais comum em pessoas com mais de 50 anos. |
Gênero | As mulheres são mais propensas a desenvolver osteoartrite do que os homens. |
Genética | Ter um histórico familiar de osteoartrite pode aumentar o risco. |
Obesidade | O excesso de peso pode sobrecarregar as articulações e aumentar o risco de osteoartrite. |
Lesão | Uma lesão articular anterior pode aumentar o risco de desenvolver osteoartrite. |
Grupos de risco
As pessoas com maior risco de desenvolver osteoartrose são:
Idosos: o aumento da expectativa de vida e as taxas de natalidade cada vez menores levam ao envelhecimento da população brasileira, o que torna a incidência de osteoartrose mais frequente. O problema geralmente surge a partir dos 50 anos, idade em que mudanças corporais ocasionadas pelo envelhecimento se acentuam, como perda de massa muscular e ganho de gordura, aumentando o risco de desgastes articulares.
Mulheres: há maior prevalência de artrose na população feminina do que na masculina. A explicação ainda não está totalmente esclarecida, mas acredita-se que tenha relação com mudanças hormonais da menopausa que fragilizam a proteção das articulações.
Atletas: a prática de esportes é um fator preventivo para osteoartrose, visto que músculos fortes reduzem a pressão sobre as articulações e o risco de danos em ligamentos e tendões, porém o excesso de atividades físicas pode causar lesões múltiplas que resultam em osteoartrite. Portanto, vale apostar em treinos orientados por especialistas e redobrar atenção com aquecimento e recuperação.
Obesos: estar acima do peso é um fator de risco para osteoartrose, já que o excesso de peso aumenta o impacto e a pressão sobre as articulações.
Pessoas com predisposição genética: a artrose também pode ser motivada por mutações genéticas que afetam a produção de colágeno, proteína essencial para a preservação das cartilagens.
Quem já sofreu lesão em articulações: histórico de lesões, malformações ou cirurgia nas articulações aumenta o risco de desenvolver artrose no futuro, já que o estresse excessivo pode danificar a cartilagem.
Embora a osteoartrite atinja principalmente mulheres, idosos e obesos, ela pode ocorrer em pessoas de diferentes idades e gêneros, o que torna necessário o tratamento personalizado às características de cada indivíduo.
Sinais e sintomas de osteoartrose
Os principais sintomas da artrose incluem dor, inchaço, crepitação e rigidez nas articulações, a qual piora com o movimento e ao fim do dia. Apesar de a maioria dos portadores da doença apresentar sintomas, uma parte não sente dor.
O acometimento afeta mais comumente as mãos, a parte inferior das costas, o pescoço, os joelhos, os quadris e o pés.
Veja os sinais e sintomas mais comuns em cada parte do corpo:
Mãos
A osteoartrite nas mãos parece ser um distúrbio de cunho genético, visto que é comum encontrar histórico familiar da doença em pessoas acometidas. As mulheres são mais propensas que os homens a desenvolver o problema, especialmente após a menopausa.
Nesse caso, surgem caroços ósseos nas articulações dos dedos, que ficam dilatadas, retorcidas, rígidas, dormentes e doloridas.
Joelhos
O joelhos são as articulações mais afetadas pela osteoartrose, visto que são responsáveis por suportar grande parte do peso do corpo, assim como permitir flexão e extensão ao andar, agachar e pular.
Os sintomas de artrose no joelho incluem rigidez, dor e edema. Por serem parte essencial do sistema locomotor, ainda pode haver dificuldade de movimento.
Quadril
Os quadris também podem ser afetados pela artrose, já que suportam o tronco e têm ampla gama de movimentos. A artrose nessa região cursa com dor e rigidez, que podem refletir para virilha, parte interna da coxa, nádegas e até mesmo joelhos.
Coluna vertebral
A osteoartrose na coluna causa rigidez e dor no pescoço ou na lombar. O desgaste das articulações ainda pode se manifestar com fraqueza e alteração de sensibilidade em braços e pernas. Em alguns casos, surgem osteófitos, conhecidos popularmente como bicos de papagaio.
Pés
Geralmente, a osteoartrite afeta a base do dedão ou o centro dos pés, gerando dor ao caminhar e rigidez após períodos de descanso.
Ombros
As duas articulações dos ombros – acromioclavicular e glenoumeral – podem ser afetadas pela doença, que causa dor e dificuldade em mover os braços.
Cotovelos
A articulação do cotovelo não é frequentemente afetada pela osteoartrite, mas quando isso ocorre há dor e rigidez ao dobrar e esticar os braços.
Mandíbula
A articulação temporomandibular, chamada popularmente de mandíbula, é uma das mais usadas pelo ser humano, o que a torna propensa ao desgaste. A osteoartrose geralmente atinge essa região de maneira mais precoce que as outras, gerando dor e rigidez ao mastigar.
Quando procurar um médico?
Dores nas articulações podem ter diversas causas, por isso é recomendado buscar um médico para obter o diagnóstico correto e iniciar o tratamento o quanto antes, evitando complicações e prejuízos à qualidade de vida.
Portanto, é recomendado buscar ajuda médica sempre que sentir dores incomuns nas juntas, especialmente as que causam dificuldade de movimento.
Diagnóstico da artrose
A osteoartrose pode ser difícil de diagnosticar devido ao desenvolvimento lento, que leva anos até o surgimento de sintomas realmente debilitantes.
O processo para confirmação do diagnóstico começa com a anamnese, que consiste em perguntas que o médico faz para entender o quadro que o paciente está enfrentando. Alguns questionamentos comuns a essa fase incluem:
- Quais sintomas está sentindo?
- Há quanto tempo os sintomas se manifestam?
- Onde específicamente é a dor?
- Os sintomas pioram ou melhoram em alguma posição ou movimento? Qual?
- Há histórico de doenças articulares na família?
- Já teve outra doença articular antes?
- Apresenta algum problema de saúde?
- Pratica atividades físicas de alto impacto?
- Trabalha com serviço braçal?
- Como os sintomas afetam as atividades diárias?
- Toma algum remédio?
Logo depois, o médico fará um exame físico para identificar padrões de dor, inchaço, rangimento, instabilidade, rigidez ou fraqueza nas articulações e músculos adjacentes. Para isso, poderá manipular o membro acometido de diversas maneiras e pedir que o paciente realize determinados movimentos.
Para fechar o diagnóstico, poderão ser solicitados exames laboratoriais e de imagem, tais como:
Exame de sangue: o hemograma não diagnostica osteoartrose, mas pode ser útil para descartar outras condições que causam dor nas articulações, como artrite reumatoide. VHS e PCR podem ser solicitados para avaliar inflamação.
Análise de fluido articular: a análise do fluido articular, retirado por meio de punção na articulação anestesiada, visa investigar a presença de inflamação ou infecção por micro-organismos.
Raio X: radiografia é um exame que usa radiação eletromagnética para obter imagens bidimensionais dos ossos de alguma parte do copo. Ela não pode confirmar o quadro de osteoartrose, mas é importante para investigar a presença de depósitos de cálcio devido a outros acometimentos.
Ressonância magnética: o exame usa ondas de rádio e um grande computador para produzir imagens detalhadas de tecidos moles e duros, podendo fornecer informações que confirmem ou descartem a suspeita diagnóstica.
Osteoartrite tem cura?
A osteoartrose ainda não tem cura, porém seu avanço pode ser retardado e seus sintomas amenizados com o tratamento adequado, permitindo que a pessoa afetada recupere sua qualidade de vida.
Por se tratar de uma doença crônica, deve ser mantido acompanhamento constante com o médico especialista e adotados cuidados caseiros ao longo da vida.
Tratamentos para osteoartrose
O tratamento de osteoartrose é multidisciplinar e geralmente engloba exercícios, repouso, cuidados caseiros, controle de peso, uso de medicamentos, terapias e cirurgias[6]Felson DT, Lawrence RC, Hochberg MC, McAlindon T, Dieppe PA, Minor MA, Blair SN, Berman BM, Fries JF, Weinberger M, Lorig KR. Osteoarthritis: new insights. Part 2: treatment approaches. Annals of … Continue reading.
Remédios
Há diversos tipos de medicamentos para osteoartrose, os quais estão disponíveis em versões orais, em cremes ou injeções.
Analgésicos: remédios para dor não tratam osteoartrose, mas podem ser úteis para reduzir o incômodo causado por ela. Entre as drogas, está o paracetamol e a dipirona.
Anti-inflamatórios não esteroides: esses medicamentos combatem a inflamação nas juntas ao mesmo tempo que aliviam a dor. Alguns famosos compostos anti-inflamatórios são ibuprofeno e aspirina.
Antidepressivos: antidepressivos (como os tricíclicos, incluindo amitriptilina, nortriptilina, imipramina, venlafaxina) pode ser usado para tratamento de dor crônica de alta incidência decorrente de artrose, fibromialgia e espondilite anquilosante.
Corticoides: esses compostos imitam os hormônios anti-inflamatórios produzidos pelas glândulas suprarrenais, tendo ação prolongada e potente. Eles podem ser administrados oralmente ou por injeção na articulação com osteoartrite.
Viscossuplementação: a injeção de ácido hialurônico na articulação visa amenizar a falta de lubrificação e absorver impactos. O alívio dura até seis meses e, após esse período, é indicado realizar a infiltração de novo[7]Hinton R, David AK, Thomas SF, Moody RL. Osteoarthritis: diagnosis and therapeutic considerations. American family physician. 2002 Mar 1;65(5):841..
Colágeno e condroprotetores: a suplementação com colágeno e condroprotetores – substância cujo objetivo é retardar a degradação da cartilagem – ainda não tem benefícios comprovados para pacientes com osteoartrite, porém há profissionais que a prescreve.
Fisioterapia
Fisioterapia ortopédica é uma abordagem que visa controlar a dor, diminuir o inchaço e melhorar a qualidade de vida de pacientes com algum acometimento físico.
No caso da artrose, seu carro-chefe consiste em programas de exercícios para melhorar a força muscular e o alongamento, assim como identificar fatores que contribuem com o desgaste articular, como má postura.
Essa terapia ainda aborda métodos para alívio de dor, como ultrassom, luz infravermelha e estimulação nervosa elétrica transcutânea (TENS).
Terapia ocupacional
A terapia ocupacional é uma especialidade cujo objetivo é facilitar o dia a dia do paciente, gerando estratégias para ele realizar determinadas tarefas de maneira independente e sem sobrecarregar ainda mais a articulação.
Alguns exemplos de técnicas ocupacionais são apostar em assentos especiais para pessoas com dor no joelho realizarem atividades que geralmente exigem estar em pé, assim como usar uma escova de dentes com maior aderência para aqueles com rigidez nas mãos.
Acupuntura
A acupuntura é uma terapia milenar com origem na China usada para tratar diversos acometimentos, entre eles a osteoartrite.
O tratamento pela acupuntura consiste na inserção de pequenas agulhas em determinados pontos do corpo a fim ativar áreas do sistema nervoso responsáveis pelo alívio da dor e combate à inflamação nas articulações.
Terapia por ondas de choque
Essa abordagem consiste na emissão de ondas acústicas que emitem alta energia para pontos de dor, de modo a estimular a regeneração de tecidos duros e moles.
Não invasiva, a terapia por ondas de choque também tem efeito analgésico para osteoartrite pois aumenta o fluxo sanguíneo para o membro acometido.
Cirurgia
O tratamento mais invasivo para osteoartrose é, sem dúvida, a cirurgia. Por isso, é considerada apenas para pacientes que não obtiveram melhora com as abordagens tradicionais.
Osteotomia: se o dano causado pela artrose foi mais severo em um lado da articulação do que em outro, o ortopedista pode indicar uma osteotomia, cirurgia em que parte do osso é cortada para alinhamento do membro.
Artroplastia: é a cirurgia que substitui uma articulação danificada por próteses feitas de plástico ou metal.
Cuidados caseiros
Por ser uma doença crônica e incurável, a osteoartrose exige cuidados contínuos que vão além do consultório. Algumas mudanças no estilo de vida fazem grande diferença no manejo dos sintomas de osteoartrite, tais como:
Perda de peso
Estar acima do peso faz com que as articulações recebam mais impacto, portanto uma maneira de aliviar a pressão sobre elas é emagrecer, o que também reduz o risco de outras doenças, como diabetes e infarto.
Compressas
Compressas e bolsas térmicas são capazes de aliviar dor e rigidez. Em crises agudas, vale apostar nas geladas, já nas crônicas são indicadas as quentes.
Dispositivos de mobilidade
Bengala, muleta, cadeira de rodas, corrimãos, alças de apoio no banheiro e outros dispositivos de mobilidade podem ser de grande ajuda para aliviar a pressão e evitar quedas em casos de artrose no joelho, pé ou quadril.
Em quadros nos membros superiores, podem ser usadas ferramentas auxiliares para segurar objetos, assim como velcro ao invés de botões em roupas.
Palmilhas
Outra maneira de aliviar o estresse nas juntas é o uso de palmilhas ortopédicas enquanto fica está em pé ou caminha. Há diversos tipos, por isso vale pedir orientação sobre o mais adequado ao médico ou fisioterapeuta.
Atividades físicas
Engana-se quem acha que portadores de osteoartrose não devem se exercitar. Atividades de alto impacto realmente devem ser evitadas, mas as de baixo impacto podem fazer toda a diferença no prognóstico, pois fortalecem os músculos ao redor da articulação, deixando-a estável.
Dentre as modalidades que não geram estresse nas juntas, há caminhada, hidroginástica e natação. Existe ainda o tai chi chuan, o yoga e o pilates, que também auxiliam relaxamento da mente.
Todo caso, vale não exagerar no treino, mas respeitar os limites de carga e esforço para evitar o agravamento de dores.
Prevenção
A osteoartrose primária, que é fruto da degeneração decorrente do uso da articulação, não pode ser evitada, pois faz parte do processo natural de envelhecimento. Já a secundária, proveniente de excesso de peso, lesões e cirurgias, pode ser prevenida pela adoção das seguintes medidas:
- Dormir em colchão duro e preferencialmente de barriga para cima;
- Não ficar durante muito tempo na mesma posição;
- Não pegar objetos pesados;
- Não dobrar a coluna, mas os joelhos, para pegar objetos no chão;
- Evitar sapatos de salto alto;
- Manter computadores e celulares sempre na altura dos olhos;
- Realizar exercícios com orientação de um profissional de educação física;
- Alongar antes e depois dos treinos;
- Perder peso, em caso de obesidade ou sobrepeso.
Dúvidas ou comentários sobre osteoartrose? Deixe sua mensagem e a responderemos o quanto antes.
Referências
https://www.arthritis.org/about-arthritis/types/osteoarthritis/treatment.php
https://www.versusarthritis.org/about-arthritis/conditions/osteoarthritis/
https://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/osteoarthritis/diagnosis-treatment/drc-20351930
Referências Bibliográficas
↑1 | Sinusas K. Osteoarthritis: diagnosis and treatment. American family physician. 2012 Jan 1;85(1):49-56. |
---|---|
↑2 | Zhang Y, Jordan JM. Epidemiology of osteoarthritis. Clinics in geriatric medicine. 2010 Aug 1;26(3):355-69. |
↑3 | Brandt KD, Dieppe P, Radin EL. Etiopathogenesis of osteoarthritis. Rheumatic Disease Clinics of North America. 2008 Aug 1;34(3):531-59. |
↑4 | Felson DT. Developments in the clinical understanding of osteoarthritis. Arthritis research & therapy. 2009 Feb;11(1):1-1. |
↑5 | Felson DT. Osteoarthritis as a disease of mechanics. Osteoarthritis and cartilage. 2013 Jan 1;21(1):10-5. |
↑6 | Felson DT, Lawrence RC, Hochberg MC, McAlindon T, Dieppe PA, Minor MA, Blair SN, Berman BM, Fries JF, Weinberger M, Lorig KR. Osteoarthritis: new insights. Part 2: treatment approaches. Annals of internal medicine. 2000 Nov 7;133(9):726-37. |
↑7 | Hinton R, David AK, Thomas SF, Moody RL. Osteoarthritis: diagnosis and therapeutic considerations. American family physician. 2002 Mar 1;65(5):841. |