Pesquisa avalia cadeia genética envolvida na alergia ao amendoim

amendoim 2

Em estudo recente publicado pela Allergy, pesquisadores australianos apontam descobertas sobre as principais mudanças imunológicas que levam à remissão da alergia ao amendoim em crianças. A pesquisa abre caminho para novos tratamentos ainda mais direcionados.

A pesquisa, liderada pelo Murdoch Children’s Research Institute (MCRI) e pelo Telethon Kids Institute, é pioneira em mapear a cadeia genética complexa de comunicação e conectividade envolvida na à remissão clínica da alergia ao amendoim.  As redes de genes específicos foram religadas para conduzir uma transição da alergia do amendoim para um quadro de remissão clínica, em um tratamento combinando probiótico e imunoterapia oral com amendoim.

 O pesquisador e professor Mimi Tang disse que este foi o primeiro estudo a mapear o gene complexo para a comunicação e conectividade genética subjacente à remissão clínica da alergia ao amendoim.

“As alterações imunológicas que levam à remissão da alergia ao amendoim eram em grande parte desconhecidas”, disse Mimi Tang, pesquisador envolvido no estudo. Estudos anteriores haviam se concentrado principalmente em examinar os níveis de expressão gênica, sem explorar também como os genes interagem uns com os outros. Mas esses genes não funcionam isoladamente; em vez disso, as respostas biológicas são controladas por um grande número de genes que se comunicam entre si, por isso eles decidiram por examinar essas interações mais de perto.

“O que descobrimos foram diferenças profundas nos padrões de conectividade de rede entre crianças alérgicas e aquelas que estavam em remissão. Essas mesmas mudanças também foram observadas quando comparamos as redes genéticas antes e depois da imunoterapia nas crianças que alcançaram a remissão após a imunoterapia”, explica Mimi.

O estudo controlado randomizado envolveu 62 crianças de Melbourne que são alérgicas ao amendoim. Elas possuem idades entre 1 e 10 anos e receberam um tratamento combinado de probiótico e imunoterapia oral (a introdução gradual do alimento alergênico) ou placebo. Após 18 meses de tratamento, 74 por cento do tratamento combinado alcançou remissão em comparação com 4 por cento no grupo placebo.

A imunoterapia oral de amendoim que foi usada em combinação com o probiótico no teste foi o PRT120, um dos principais candidatos da Prota Therapeutics, uma empresa de biotecnologia australiana focada em trazer ao mercado seu novo tratamento de imunoterapia de alergia para crianças com alergias ao amendoim com risco de vida.

amendoim 3

A equipe liderada pelo professor Tang também mostrou recentemente em um estudo separado que dois tratamentos – a combinação de imunoterapia oral com probiótico e amendoim e a imunoterapia oral com amendoim sozinho – foram altamente eficazes na indução de remissão e dessensibilização. Cerca de metade das crianças tratadas alcançaram a remissão, o que lhes permitiu interromper o tratamento e comer amendoim livremente com segurança.

A Dra. Sarah Ashley, da Murdoch Children, disse que, embora a imunoterapia oral possa induzir com sucesso a dessensibilização e a remissão, a dessensibilização geralmente diminui após o término do tratamento ou mesmo durante a dosagem de manutenção contínua.

“Certas mudanças nas células imunes específicas do alérgeno, chamadas células Th2, são críticas para alcançar uma remissão duradoura”, disse ela. As células Th2 são essenciais para a geração de anticorpos específicos para alérgenos e para o desenvolvimento de alergia alimentar. Descobrimos que a sinalização Th2 que impulsiona a alergia está ‘desligada’ em crianças em remissão.”

A alergia alimentar é um problema de saúde pública global, ela afeta 10% dos bebês e de 5 a 8% das crianças.

Confira o Estudo: https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/all.15324


Leandro Pessoa Dantas da Silva

Jornalista e Pós-Graduando em Docência do Ensino Superior.

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