A diferença entre malato de magnésio e malato de dimagnésio é que o malato de magnésio é um sal de magnésio composto por um magnésio ligado a uma molécula de ácido málico, enquanto o malato de dimagnésio consiste em dois átomos de magnésio ligados a uma única molécula de ácido málico.
Diferença entre Magnésio Malato e Magnésio Dimalato
- Magnésio Malato: Refere-se a um composto em que uma molécula de ácido málico está ligada a um íon de magnésio. O ácido málico é um ácido orgânico presente em muitas frutas, como maçãs, e está envolvido no ciclo de produção de energia nas células (ciclo de Krebs). O magnésio malato é conhecido por sua alta biodisponibilidade, o que significa que é facilmente absorvido pelo corpo. É utilizado com frequência para ajudar na produção de energia e aliviar sintomas de fadiga. É importante para várias funções fisiológicas, incluindo a função muscular e nervosa, controle da glicose no sangue e saúde óssea.
- Magnésio Dimalato: Este composto, por sua vez, possui duas moléculas de ácido málico ligadas a um íon de magnésio. Essa dupla ligação pode oferecer uma quantidade ligeiramente diferente de ácido málico em comparação com o magnésio malato. No entanto, em termos de biodisponibilidade e benefícios para a saúde, como alívio da fadiga ou produção de energia, o magnésio dimalato possui efeitos similares ao magnésio malato. A principal diferença está na proporção de ácido málico presente em cada fórmula. A Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos (EFSA) avaliou o dimalato de magnésio como um novo ingrediente alimentar e como uma fonte de magnésio em alimentos e suplementos.
Em resumo, a diferença principal é o número de moléculas de ácido málico ligadas ao magnésio: o magnésio malato é uma ligação 1:1, enquanto o magnésio dimalato é uma ligação 1:2. Essa variação pode afetar a absorção e os benefícios metabólicos no corpo, dependendo das necessidades individuais.
Existem evidências científicas para seu uso?
O malato de magnésio tem sido estudado por sua biodisponibilidade e efeitos em várias condições de saúde. Um estudo avaliou a biodisponibilidade de diferentes compostos de magnésio e encontrou que o malato de magnésio apresentou alta biodisponibilidade, permanecendo elevado no soro por um período prolongado. Isso sugere que o malato de magnésio pode ser eficaz na manutenção dos níveis de magnésio no corpo.
O dimagnésio malato foi avaliado em um estudo clínico que utilizou uma formulação de liberação controlada contendo dimagnésio malato, vitaminas B6, B12 e folato (MagSRT™). Este estudo demonstrou que a suplementação com dimagnésio malato melhorou significativamente os níveis de magnésio nos eritrócitos e reduziu os sintomas associados à deficiência de magnésio ao longo de 30 e 90 dias, com boa tolerabilidade gastrointestinal.
Ambos os compostos de magnésio têm mostrado potencial em melhorar a saúde metabólica e neuromuscular. Por exemplo, a suplementação de magnésio tem sido associada à melhora no controle glicêmico em pacientes com diabetes tipo 2 e à redução da dor crônica. Além disso, há evidências de que a suplementação de magnésio pode melhorar a performance muscular e reduzir a dor muscular.
Possíveis benefícios da suplementação de magnésio
Diabetes e Controle Glicêmico:
A suplementação de magnésio tem mostrado melhorar parâmetros de controle glicêmico em pacientes com diabetes tipo 2. Um estudo de meta-análise encontrou que a suplementação de magnésio reduziu significativamente a glicemia de jejum e melhorou a sensibilidade à insulina em pessoas com diabetes ou em risco de diabetes[1]Veronese N, Watutantrige-Fernando S, Luchini C, Solmi M, Sartore G, Sergi G, Manzato E, Barbagallo M, Maggi S, Stubbs B. Effect of magnesium supplementation on glucose metabolism in people with or at … Continue reading. Outro estudo demonstrou que a suplementação de magnésio por 4-16 semanas reduziu a glicemia de jejum e aumentou os níveis de colesterol HDL em pacientes com diabetes tipo 2[2]Song Y, He K, Levitan EB, Manson JE, Liu S. Effects of oral magnesium supplementation on glycaemic control in Type 2 diabetes: a meta‐analysis of randomized double‐blind controlled trials. … Continue reading. Além disso, a suplementação de magnésio por 24 semanas mostrou uma melhora modesta na HbA1c e na glicemia de jejum[3]Asbaghi O, Moradi S, Kashkooli S, Zobeiri M, Nezamoleslami S, Kermani MA, Lazaridi AV, Miraghajani M. The effects of oral magnesium supplementation on glycaemic control in patients with type 2 … Continue reading.
Dor Crônica:
A eficácia do magnésio no manejo da dor crônica é menos conclusiva. Uma revisão sistemática encontrou evidências modestas para a eficácia do magnésio na redução da intensidade da dor e no consumo de analgésicos em várias condições de dor crônica, incluindo dor neuropática e fibromialgia[4]Park R, Ho AM, Pickering G, Arendt-Nielsen L, Mohiuddin M, Gilron I. Efficacy and safety of magnesium for the management of chronic pain in adults: a systematic review. Anesthesia & Analgesia. … Continue reading. No entanto, a heterogeneidade dos estudos e a falta de dados consistentes sobre eventos adversos limitam a capacidade de fazer recomendações definitivas[5]Morel V, Pickering ME, Goubayon J, Djobo M, Macian N, Pickering G. Magnesium for pain treatment in 2021? State of the art. Nutrients. 2021 Apr 21;13(5):1397..
Desempenho Muscular:
A suplementação de magnésio também pode melhorar o desempenho muscular e a recuperação pós-exercício. Um estudo mostrou que a suplementação de magnésio reduziu a resposta inflamatória (IL-6) e a dor muscular após exercícios extenuantes, além de melhorar a recuperação da glicose no sangue[6]Steward CJ, Zhou Y, Keane G, Cook MD, Liu Y, Cullen T. One week of magnesium supplementation lowers IL-6, muscle soreness and increases post-exercise blood glucose in response to downhill running. … Continue reading. Outro estudo em ratos indicou que o magnésio aumentou a disponibilidade de glicose no sangue, músculo e cérebro durante o exercício, sugerindo um potencial benefício na performance física[7]Chen HY, Cheng FC, Pan HC, Hsu JC, Wang MF. Magnesium enhances exercise performance via increasing glucose availability in the blood, muscle, and brain during exercise. Plos one. 2014 Jan … Continue reading.
Como suplementar magnésio malato ou magnésio dimalato: quais são as doses?
As doses ideais de magnésio variam de acordo com a idade, sexo, estado de saúde e necessidades específicas da pessoa. No caso do magnésio malato e dimalato, a dosagem é principalmente baseada na quantidade de magnésio elementar (o magnésio puro) contida na forma suplementada.
Doses Recomendadas:
Magnésio Malato:
- A dose padrão para a suplementação de magnésio malato geralmente varia entre 300 a 450 mg de magnésio elementar por dia.
- Uma dose comum é cerca de 1.500 mg a 2.500 mg de magnésio malato ao dia, dividida em duas ou três tomadas. Essa quantidade fornecerá a dose adequada de magnésio elementar.
- O magnésio malato contém aproximadamente 15% de magnésio elementar, então as dosagens em rótulos refletem a quantidade total de magnésio malato, não apenas de magnésio elementar.
Magnésio Dimalato:
- As doses para o magnésio dimalato seguem uma lógica semelhante. A recomendação usual é também entre 300 a 450 mg de magnésio elementar por dia.
- Assim como o magnésio malato, a dose do dimalato pode estar entre 1.500 mg a 2.500 mg ao dia, dependendo da concentração de magnésio elementar presente.
Dicas para a Suplementação:
- Dividir as doses: É melhor dividir a dose diária em duas ou três tomadas ao longo do dia para melhorar a absorção e evitar possíveis desconfortos gastrointestinais.
- Tomar com alimentos: Consumir os suplementos durante as refeições pode melhorar a absorção e reduzir o risco de efeitos colaterais, como desconforto estomacal.
- Consultar um médico: Sempre é recomendável consultar um profissional de saúde antes de iniciar qualquer suplementação para determinar a dose mais adequada às suas necessidades individuais.
Referências Bibliográficas
↑1 | Veronese N, Watutantrige-Fernando S, Luchini C, Solmi M, Sartore G, Sergi G, Manzato E, Barbagallo M, Maggi S, Stubbs B. Effect of magnesium supplementation on glucose metabolism in people with or at risk of diabetes: a systematic review and meta-analysis of double-blind randomized controlled trials. European journal of clinical nutrition. 2016 Dec;70(12):1354-9. |
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↑2 | Song Y, He K, Levitan EB, Manson JE, Liu S. Effects of oral magnesium supplementation on glycaemic control in Type 2 diabetes: a meta‐analysis of randomized double‐blind controlled trials. Diabetic Medicine. 2006 Oct;23(10):1050-6. |
↑3 | Asbaghi O, Moradi S, Kashkooli S, Zobeiri M, Nezamoleslami S, Kermani MA, Lazaridi AV, Miraghajani M. The effects of oral magnesium supplementation on glycaemic control in patients with type 2 diabetes: a systematic review and dose–response meta-analysis of controlled clinical trials. British Journal of Nutrition. 2022 Dec;128(12):2363-72. |
↑4 | Park R, Ho AM, Pickering G, Arendt-Nielsen L, Mohiuddin M, Gilron I. Efficacy and safety of magnesium for the management of chronic pain in adults: a systematic review. Anesthesia & Analgesia. 2020 Sep 1;131(3):764-75. |
↑5 | Morel V, Pickering ME, Goubayon J, Djobo M, Macian N, Pickering G. Magnesium for pain treatment in 2021? State of the art. Nutrients. 2021 Apr 21;13(5):1397. |
↑6 | Steward CJ, Zhou Y, Keane G, Cook MD, Liu Y, Cullen T. One week of magnesium supplementation lowers IL-6, muscle soreness and increases post-exercise blood glucose in response to downhill running. European journal of applied physiology. 2019 Dec;119:2617-27 |
↑7 | Chen HY, Cheng FC, Pan HC, Hsu JC, Wang MF. Magnesium enhances exercise performance via increasing glucose availability in the blood, muscle, and brain during exercise. Plos one. 2014 Jan 20;9(1):e85486. |