Olá, sou um especialista em saúde da coluna, e vou explicar de forma clara o que é a hérnia de disco lombar extrusa.
Não se preocupe, é uma condição comum e tratável. Muitos pacientes melhoram com cuidados simples, sem precisar de cirurgia. Vamos passo a passo.
Definição Técnica

A hérnia de disco lombar extrusa acontece na parte inferior da coluna, entre as vértebras L1 a S1. O disco intervertebral tem um anel fibroso externo e um núcleo pulposo gelatinoso no centro.
Na extrusão, o núcleo vaza completamente através de uma ruptura no anel. Isso difere da protrusão, onde o disco só abaulha sem romper totalmente. Tecnicamente, é uma hérnia tipo sequestrada se o fragmento se solta. Imagine um pneu furado liberando o ar: o material interno pressiona estruturas ao redor.
Causas Principais

O envelhecimento é o maior culpado. Após os 30 anos, os discos perdem água e elasticidade, ficando frágeis. Esforços excessivos, como carregar pesos sem técnica correta, aceleram rupturas. Obesidade aumenta a carga na lombar. Traumas, como quedas ou acidentes, podem desencadear. Fatores genéticos enfraquecem o colágeno discal. Sedentarismo deixa músculos fracos, sem suporte à coluna. Um exemplo comum: um trabalhador que levanta caixas pesadas diariamente desenvolve extrusão em L4-L5.
Sintomas Detalhados

A dor lombar é o primeiro sinal, aguda ou crônica. Quando o fragmento extruso comprime raízes nervosas, surge irradiação para pernas – ciática. Sente-se queimação, formigamento ou fraqueza na coxa, panturrilha ou pé. Piora ao sentar, tossir ou curvar. Em casos graves, há dormência ou perda de força, dificultando caminhar. Não é raro câimbras noturnas. Tranquilo: a maioria sente alívio em semanas com repouso. Pense em uma dona de casa que nota perna “pesada” ao subir escadas – sintoma clássico de compressão radicular.
Diagnóstico Preciso

O diagnóstico começa com uma avaliação clínica detalhada. O médico ouve o histórico do paciente, focando em quando a dor começou, sua intensidade e fatores que a pioram, como movimentos específicos. Exames físicos incluem testes neurológicos para reflexos, força muscular e sensibilidade.
Por exemplo, o teste de Lasègue envolve elevar a perna estendida; dor abaixo de 60 graus sugere compressão radicular. Isso ajuda a diferenciar de outras condições, como estenose espinhal. Um caso comum é um paciente relatando dor irradiada após esforço, guiando o especialista a suspeitar de extrusão em L5-S1.
Exames de imagem iniciais são importantes para confirmar. A radiografia lombar, simples e acessível, avalia alinhamento vertebral, espaçamento discal e sinais de degeneração como osteófitos.
Não mostra tecidos moles, mas descarta fraturas ou instabilidades. Em pacientes com histórico de trauma, como uma queda recente, o raio-X é o primeiro passo. Ele fornece uma visão geral, ajudando a planejar exames mais avançados sem expor desnecessariamente a radiação.
Ressonância Magnética
A ressonância magnética (RM) é o padrão ouro para visualizar a extrusão. Ela detalha o disco herniado, mostrando o núcleo pulposo extruso comprimindo raízes nervosas. Com cortes sagitais e axiais, identifica o nível exato, como L4-L5, e o grau de compressão.
Não usa radiação, ideal para tecidos moles.
Pense em um trabalhador de escritório com ciática persistente: a ressonância revela fragmento sequestrado, explicando sintomas graves. Se contraindicada, como em portadores de marcapasso, a tomografia computadorizada (TC) substitui, oferecendo imagens ósseas detalhadas.
Eletroneuromiografia
Exames complementares refinam o diagnóstico em casos complexos. A eletromiografia (EMG) mede atividade elétrica muscular e nervosa, detectando danos em raízes como L5 ou S1. Insere agulhas finas para registrar impulsos, ajudando a quantificar fraqueza. Mielografia, menos comum hoje, injeta contraste para delinear o canal espinhal na TC. Para um atleta com dormência na perna, a EMG confirma irritação nervosa, orientando terapia. Esses testes garantem precisão, evitando diagnósticos errados.
Opções de Tratamento
Boa notícia: 80-90% melhoram sem cirurgia. Inicie com repouso relativo, evitando esforços.
O tratamento inicia conservador na maioria dos casos, visando alívio sem invasão. Repouso relativo por dias evita agravamento, combinado com anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) como ibuprofeno para reduzir dor e inchaço. Analgésicos opioides são reservados para dor intensa, com monitoramento. Estudos mostram que 80-90% melhoram assim em semanas.
Fisioterapia é pilar do conservador, fortalecendo músculos estabilizadores. Exercícios como extensão lombar (McKenzie) ou estabilização core melhoram postura e reduzem pressão discal. Terapias manuais, tração ou ultrassom aliviam espasmos. Programas personalizados, baseados em evidências, incluem Pilates para flexibilidade. Em pesquisa recente, fisioterapia prolongada superou cuidados básicos em redução de incapacidade.
Injeções para tratamento
Injeções intervencionistas oferecem alívio quando conservador falha. Epidurais de corticoides injetam medicação perto da raiz nervosa, diminuindo inflamação. Guiadas por fluoroscopia, são precisas e ambulatoriais. Bloqueios seletivos visam raízes específicas. Estudos indicam melhora em 70% dos pacientes com ciática refratária. Alternativas como plasma rico em plaquetas (PRP) promovem regeneração discal. Para um paciente com dor crônica, uma injeção epidural proporciona meses de alívio, adiando cirurgia.
Preciso de Cirurgia?
Cirurgia é indicada se sintomas persistirem além de 3 meses ou houver déficits neurológicos graves. Microdiscectomia remove o fragmento extruso via incisão pequena, descomprimindo o nervo.
Técnicas endoscópicas, minimamente invasivas, usam câmeras para precisão, com recuperação rápida. Ensaios clínicos recentes comparam conservador vs cirúrgico, mostrando cirurgia acelera alívio em casos persistentes.
Sempre, o plano é individualizado, priorizando qualidade de vida.
Prevenção e Tranquilidade
Mantenha peso ideal e postura boa. Exercícios regulares previnem. Não fume, hidrate-se. Se você tem sintomas, procure um médico – diagnóstico precoce evita complicações.
Lembre: é gerenciável, e muitos vivem sem limitações após tratamento. Fique calmo, foque em hábitos saudáveis.